sábado, 30 de junho de 2012

As quatro mensagens do profeta Ageu



Priorizando Deus e Seu Reino 
Ageu é um profeta do período pós-exílico (ano 520 a.C.) e exortou o povo de Jerusalém que retornara da Babilônia por decreto do imperador Ciro (539 a.C.) a reconstruir o Templo do Senhor (saqueado pelos babilônios setenta anos antes) e o calendário litúrgico – adoração, festas religiosas e os sacrifícios. A primeira leva a sair da Babilônia e chegar a Jerusalém foi chefiada por Sesbazar ( Esdras 1:5-11) e lançou a fundação do novo templo. No entanto esse primeiro projeto não foi em frente devido a dificuldades de sobrevivência do povo de Jerusalém cercada de estrangeiros hostis , pela seca e péssima colheita. Uma segunda leva de judeus vindo da Babilônia e sob a liderança de Zorobabel e Josué chegou e foram inspirados pelos profetas Ageu e Zacarias a um segundo projeto de reconstrução do Templo. O templo simbolizava a presença do Senhor no meio do seu povo, estimulando-o a seguir os mandamentos, inspirar a verdadeira adoração ao Senhor fazendo recordar a todos a aliança de Deus com Israel.

O problema no tempo de Ageu é que o povo naquela época estava mais focado em reerguer suas próprias casas (seu conforto) do que o próprio Templo (vida religiosa e de relação com Deus). Então, Deus envia quatro mensagens através de Ageu:

Primeira mensagem – Ageu 1:1-11

1 No primeiro dia do sexto mês do segundo ano do reinado de Dario, a palavra do SENHOR veio por meio do profeta Ageu ao governador de Judá, Zorobabel, filho de Sealtiel, e ao sumo sacerdote Josué, filho de Jeozadaque, dizendo:2 “Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Este povo afirma: ‘Ainda não chegou o tempo de reconstruir a casa do SENHOR’ ”.3 Por isso, a palavra do SENHOR veio novamente por meio do profeta Ageu:4 “Acaso é tempo de vocês morarem em casas de fino acabamento, enquanto a minha casa continua destruída?”

Eram casas de fino acabamento, provavelmente de madeiras caras talvez até as originalmente compradas para construção do templo, conforme Esdras 3:7 :7 Então eles deram dinheiro aos pedreiros e aos carpinteiros, e deram comida, bebida e azeite ao povo de Sidom e de Tiro, para que, pelo mar, trouxessem do Líbano para Jope toras de cedro. Isso tinha sido autorizado por Ciro, rei da Pérsia. Esdras 3

E Deus faz admoestação ao povo através de Ageu: 5 Agora, assim diz o SENHOR dos Exércitos: “Vejam aonde os seus caminhos os levaram. 6 Vocês têm plantado muito, e colhido pouco. Vocês comem, mas não se fartam. Bebem, mas não se satisfazem. Vestem-se, mas não se aquecem. Aquele que recebe salário, recebe-o para colocá-lo numa bolsa furada”.7 Assim diz o SENHOR dos Exércitos: “Vejam aonde os seus caminhos os levaram! O Senhor indica o que o povo deveria fazer para voltar a usufruir das bençãos de Deus:8 Subam o monte para trazer madeira. Construam o templo, para que eu me alegre e nele seja glorificado”, diz o SENHOR.

A Repreensão.

9 “Vocês esperavam muito, mas, eis que veio pouco. E o que vocês trouxeram para casa eu dissipei com um sopro. E por que o fiz?”, pergunta o SENHOR dos Exércitos. “Por causa do meu templo, que ainda está destruído, enquanto cada um de vocês se ocupa com a sua própria casa. 10 Por isso, por causa de vocês, o céu reteve o orvalho e a terra deixou de dar o seu fruto. 11 Nos campos e nos montes provoquei uma seca que atingiu o trigo, o vinho, o azeite e tudo mais que a terra produz, e também os homens e o gado. O trabalho das mãos de vocês foi prejudicado”.
A reação dos lideres e do povo - o sermão de Ageu produziu impacto forte no povo que logo iniciou a reconstrução do Templo.

12 Zorobabel, filho de Sealtiel, o sumo sacerdote Josué, filho de Jeozadaque, e todo o restante do povo obedeceram à voz do SENHOR, o seu Deus, por causa das palavras do profeta Ageu, a quem o SENHOR, o seu Deus, enviara. E o povo temeu o SENHOR.13 Então Ageu, o mensageiro do SENHOR, trouxe esta mensagem do SENHOR para o povo: “Eu estou com vocês”, declara o SENHOR. 14 Assim o SENHOR encorajou o governador de Judá, Zorobabel, filho de Sealtiel, o sumo sacerdote Josué, filho de Jeozadaque, e todo o restante do povo, e eles começaram a trabalhar no templo do SENHOR dos Exércitos, o seu Deus,15 no vigésimo quarto dia do sexto mês do segundo ano do reinado de Dario.
Segunda mensagem – ter coragem no Senhor e promessa de paz- Ageu 2:1-9

No entanto, devido à escassez ou desperdício de recursos, a reconstrução do Templo não o deixou com a mesma glória do original como no tempo de Salomão.

1 No vigésimo primeiro dia do sétimo mês, veio a palavra do SENHOR por meio do profeta Ageu:2 “Pergunte o seguinte ao governador de Judá, Zorobabel, filho de Sealtiel, ao sumo sacerdote Josué, filho de Jeozadaque, e ao restante do povo: 3 Quem de vocês viu este templo em seu primeiro esplendor? Comparado a ele, não é como nada o que vocês vêem agora?

Mas Deus vem em socorro de Zorobabel e Josué para animá-los e garantir que também encherá de gloria este segundo Templo como nos dias de Salomão

4 “Coragem, Zorobabel”, declara o SENHOR. “Coragem, sumo sacerdote Josué, filho de Jeozadaque. Coragem! Ao trabalho, ó povo da terra!”, declara o SENHOR. “Porque eu estou com vocês”, declara o SENHOR dos Exércitos. 5 “Esta é a aliança que fiz com vocês quando vocês saíram do Egito: Meu espírito está entre vocês. Não tenham medo”.6 Assim diz o SENHOR dos Exércitos: “Dentro de pouco tempo farei tremer o céu, a terra, o mar e o continente. 7 Farei tremer todas as nações, as quais trarão para cá os seus tesouros,a e encherei este templo de glória”, diz o SENHOR dos Exércitos. 8 “Tanto a prata quanto o ouro me pertencem”, declara o SENHOR dos Exércitos. 9 “A glória deste novo templo será maior do que a do antigo”, diz o SENHOR dos Exércitos. “E neste lugar estabelecerei a paz”, declara o SENHOR dos Exércitos.


Terceira mensagem – apelo à santidade, consciência pura – Ageu 2:10-19

Deus conclama para que o povo tenha uma consciência pura, que o povo se santifique antes de fazer a obra do Senhor no Templo. E faz algumas perguntas:

A primeira pergunta de Deus

10 No vigésimo quarto dia do nono mês ( época em que se esperavam as primeiras chuvas que regariam a nova safra), no segundo ano do reinado de Dario, a palavra do SENHOR veio ao profeta Ageu:11 Assim diz o SENHOR dos Exércitos: “Faça aos sacerdotes a seguinte pergunta sobre a Lei: 12 Se alguém levar carne consagrada na borda de suas vestes, e com elas tocar num pão, ou em algo cozido, ou em vinho, ou em azeite ou em qualquer comida,
isso ficará consagrado?” Os sacerdotes responderam: “Não”.

Ou seja , a santificação não é transmitida às coisas que a carne toca.

Em seguida Deus faz a segunda pergunta:

13 Em seguida perguntou Ageu: “Se alguém ficar impuro por tocar num cadáver e depois tocar em alguma dessas coisas, ela ficará impura?” “Sim”, responderam os
sacerdotes, “ficará impura.”Ageu 2

Ou seja, algo contaminado que toque algo santificado contamina o santificado.

14 Ageu transmitiu esta resposta do SENHOR: “É o que acontece com este povo e com esta nação. Tudo o que fazem e tudo o que me oferecem é impuro.15 “Agora prestem atenção; de hoje em diante reconsiderem. Em que condições vocês viviam antes que se colocasse pedra sobre pedra no templo do SENHOR? Ageu 2

Deus quer ensinar que a pureza não pode ser transferida mas a contaminação, sim. E convida o povo à santificação fazendo promessas de bênçãos.

16 Quando alguém chegava a um monte de trigo procurando vinte medidas, havia apenas dez. Quando alguém ia ao depósito de vinho para tirar cinqüenta medidas, só encontrava vinte.
17 Eu destruí todo o trabalho das mãos de vocês, com mofo, ferrugem e granizo, mas vocês não se voltaram para mim”, declara o SENHOR. 18 “A partir de hoje, vigésimo quarto dia do nono mês, atentem para o dia em que os fundamentos do templo do SENHOR foram lançados. Reconsiderem: 19 ainda há alguma semente no celeiro? Até hoje a videira, a figueira, a romeira e a oliveira não têm dado fruto. Mas, de hoje em diante, abençoarei vocês.”Ageu 2

Quarta mensagem – Zorobabel – servo davídico e anel de selar – Ageu 2:20-23

20 A palavra do SENHOR veio a Ageu pela segunda vez, no vigésimo quarto dia do nono mês:
21 “Diga a Zorobabel, governador de Judá, que eu farei tremer o céu e a terra.
22 Derrubarei tronos e destruirei o poder dos reinos estrangeiros. Virarei os carros e os seus condutores; os cavalos e os seus cavaleiros cairão, cada um pela espada do seu companheiro.
23 “Naquele dia”, declara o SENHOR dos Exércitos, “eu o tomarei, meu servo Zorobabel, filho de Sealtiel”, declara o SENHOR, “e farei de você um anel de selar, porque o tenho escolhido”, declara o SENHOR dos Exércitos. Ageu 2

A designação de Zorobabel como “anel de selar” do Senhor cancelava a maldição pronunciada por Jeremias sobre o rei Jeoaquim e seus descendentes (Jeremias 22:24-30). A família davídica tendo sua autoridade restaurada retomava a linhagem messiânica de Judá (Mateus1:11-12). Deus assim confirmava Israel com povo eleito, reacendia as expectativas messiânicas entre o povo e garantia as promessas da aliança. Deus conclamava os judeus a terem confiança no futuro.

Boa meditação!



Autor: Jorge Wilson 
fonte:http://www.ibmorumbi.com.br/intercessao/view.asp?CID=1&ID=464
via: pastor joão nogueira de lima

The Power of the Grace of God,




HOW DOES THE POWER of the Grace of God manifest itself in the deliverance and salvation of a lost soul who is under the reign and dominion of sin? Rom. 5:20-21 tells us: "But where sin abounded, GRACE DID MUCH MORE ABOUND: that as sin hath reigned unto death, even so might GRACE REIGN through righteousness unto eternal life by Jesus Christ our Lord." Here we see that God's grace must be powerful, to abound over sin, and to reign where once sin reigned: it is powerful because it is sovereign, reigning where sin and death once reigned in the heart of the sinner.
When we see what grace has to overcome to save sinners, we can begin to understand how powerful grace must be. What is it then, that the power of grace must overcome?
First—It must overcome OUR SPIRITUAL DEADNESS. Eph. 2:1 reads: "And you hath he quickened, who were dead in trespasses and sins." You see dear friend, by nature we all are spiritually dead; that is the condition of the whole human race apart from the grace of God in Jesus Christ. We have all died in Adam (Rom. 5:12-19); so we are born into this world spiritually dead, without one ounce of spiritual life! What this means is that we are dead to the interests of our own souls; we are dead to the life of God and to spiritual things, for they do not interest us at all. And that is the condition of the vast majority of people in the world today, both in and out of so-called religion. They give n thought to the things of God, and easily dismiss them if they are mentioned. Though they are religious, they are spiritually dead! They have no spiritual awareness, no spiritual understanding, no conception of the things of Christ at all. So grace has to overcome this state of death; and nothing but the power of the grace of God in Christ Jesus can do it!
Second—Grace has to overcome THE STATE OF ANTAGONISM TO THE TRUTH AND TO GOD, which is the tragic state of the natural man, that is, of every sinner outside of Christ. Not only does he fail to respond to spiritual truth, but he hates it, spurns it, and opposes it. In Rom. 8:7 we read: "The carnal mind, [the natural mind of man, the fleshly mind] isenmity against God." It not only does not respond to truth, but it is also an enemy, hostile against God; the natural mind and heart are "not subject to the law of God, neither indeed can be."
Again in I Cor. 2:14 we are told: "The natural man receiveth not the things of the Spirit of God." And why not?—"for they are foolishness unto him: neither can he know them, because they are spiritually discerned." He laughs at the things of the Spirit of God; he does not receive them because they are nonsense, folly and utter rubbish to him. It is not only that he cannot receive them, but he is actively, bitterly opposed to them; he rejects them altogether. This is the Biblical truth of the awful and fearful condition of natural man! How then is this man going to be saved when he is in this condition? There is only one answer: it is by the power of the grace of God. It is because the power of the reign of grace is altogether greater than the power of the reign of sin!
Third—The power of the grace of God must overcome SATAN. "For we wrestle not against flesh and blood, but against principalities, against powers, against the rulers of the darkness of this world, against spiritual wickedness in high places" (Eph. 6:12). You see, Satan does not want to lose his citizens, his slaves. He is the strong man of Luke 11:21, armed, that keepeth his goods in peace. He holds them captive at his will (II Tim. 2:26), guarding and surrounding them with mighty fortification; so they must be delivered from the"power of Satan" (Acts 26:18). How then can anyone ever be redeemed? Nothing less than the power of the grace of God can do it as the Scriptures so plainly declare, and I praise the Lord that His grace is so powerful!
Let us go further! For grace to do this then, it must be powerful and IRRESISTIBLE For if grace were not irresistible, no one would ever be saved. You see, grace does not merely help or assist us, it comes in and actually reigns where sin once reigned. It will not take "no" for an answer! By the power of the Holy Spirit, the antagonistic will of the dead sinner has been overcome and he is now made willing in the day of God's power. And being overcome by grace in the power of the Holy Spirit, that sinner cries like the apostle Paul in I Cor. 15:10: "By the grace of God I am what I am: and His grace which was bestowed upon me was not in vain."
Dear friend, if grace only presented to us the love of God in Christ as the way of salvation and reconciliation back to God, and then left the final choice with us as to whether or not we were going to take advantage of it, it would leave us worse off than we were before. Why? because being dead spiritually, we would never respond to the claims of the gospel. Apart from the irresistible grace of God not only to bring us to salvation (Titus 2:1 1), but also to teach us to deny ungodliness and worldly lusts and to five soberly, righteously and godly in this present evil world (Titus 2:12), we would die and go to hell! In other words, if God did not take the initiative by His grace, subduing our depraved wills and making us willing in the day of His power, then we would never be saved!
Let us see now how this irresistible grace of God in Christ Jesus operates. FirstIT SEEKS US OUT. "The Son of man is come to seek and to save that which was lost" (Luke 19:10). So the irresistible grace of God the Holy Spirit seeks us. John 10:2-3 tells us that Christ by His Spirit through this irresistible, reigning grace "calleth His own sheep by name, and leadeth them out." In vv. 27-28 He says, "My sheep hear my voice, and I know them, and they follow me: and I give unto them eternal life; and they shall never perish." Yes, if grace didn't seek us out and find us where we are lost, we would never be saved.
Second—Grace by the power of the Holy Spirit CONVICTS US OF OUR SINS; and, oh, what power is needed to do that, to convince the natural man of sin! You may say that it's easy to convict and convince a drunkard, or a dope fiend, or a whoremonger of his sin. But is it? Well, try it; and you will find that he defends himself and rationalizes his sins, explaining them away with the utmost ease. But that is not all! What happens when you come to a proud Pharisee such as Saul of Tarsus? What can possibly convince and convict such a man of his sin? Again, there is only one power that can do it: it is the power of grace that can strike him down and make him cry, "Lord, what wilt thou have me to do?" (Acts 9:6). You see, only the irresistible grace of God that reigns through righteousness can so convince a man of his sins that he forever despairs of self, cries after God for mercy, and rests only in the righteousness of Christ and His precious blood to cleanse and clothe him.
Third—Grace reigns and shows itself to be powerful in REGENERATION. A man can no more give himself the new birth or regenerate himself than he could produce himself in his mother's womb. Dear friend, a man is not born again or regenerated because he believes; he believes because he is born again! This is so clearly set forth in John 1:12-13: 'But as many as received him, to them gave He power to become the sons of God, even to them that believe on His name: which were born, not of blood, nor of the will of the flesh, nor of the will of man, but of God." This takes place by the grace of God in the power of the same Holy Spirit that raised our blessed Lord Jesus from the grave (John 3:3-8; Eph. 1:20; I Pet. 1:23).
Fourth—Grace reigns and shows itself powerful in its RESTRAINING POWER. Praise God for that restraining grace! You see, the restraining power of grace is manifested in God's people even before their conversion. They are not allowed to sin to such a degree that they put themselves outside the scope of salvation; they are never allowed to blaspheme the Holy Spirit. They may say many things they should not say against Him; but they are never allowed to blaspheme. And the power of restraining grace is necessary even in the Christian, the child of God, surrounded as he is by temptation, and often tempted from within. Oh how I thank God for the power of restraining grace, the grace that holds us back, the grace that prevents us from doing things that would harm and damage our immortal souls! We are "kept by the power of God through faith unto salvation ready to be revealed in the last time" (I Pet. 1:5).
Fifth—Grace reigns and shows itself to be powerful in our SANCTIFICATION. You see, in salvation we are saved from the penalty of sin (which is the second death), as well as from the power of sin. And one day we shall be saved from the very presence of sin. But now we are being saved from the pollution of sin by the power of sanctifying grace. Here we see the power of grace manifesting itself daily against indwelling sin: sin in the flesh, and sin in the body. Thank God for the power of sanctifying grace in our lives that reigns over the power of indwelling sin, delivering us daily from its pollutions (Rom. 6:14; 8:4)!
Sixth—Grace reigns and shows itself to be powerful in SUPPORTING GRACE, of which all are constantly in need. For what is going to keep us when sin, the flesh, the world and the devil come against us with their combined forces? These are ever threatening and attacking us, so how are we going to overcome them? James 4:6 tells us: "He giveth more grace;" and II Cor. 12:9 tells us: "My grace is sufficient for thee."
Seventh—Grace reigns and shows itself powerful in its ENABLING AND PERSEVERING EFFECT. Here again is something we constantly need. We have seen how we are brought out of the bondage of sin and antagonism toward God and His Christ, and are delivered from the second death in hell. We have seen how we are restored, sanctified and supported. But, how are we to continue on the rest of our journey? How are we to hold out in the Christian warfare and the fight of faith? The answer is still the same! It is the power of reigning grace alone that makes possible and guarantees the final perseverance of the saints. Phil. 1:6 tells us how: "He which hath begun a good work in you will perform it until the day of Jesus Christ." This means that what the grace of God starts, it will finish. Grace so works in our hearts by the Holy Spirit that we are enabled to persevere to the end (Jude 20)!
 by L. R. Shelton, Jr.

domingo, 10 de junho de 2012

"Deus É Vermelho"


Liao Yiwu: A China é uma grande prisão

O jornalista chinês perseguido pelo governo conta sua experiência na prisão e diz que a abertura econômica não trouxe liberdade de expressão

HUMBERTO MAIA JUNIOR
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O jornalista Liao Yiwu, de 53 anos, gosta de pensar que está seguindo os passos de seu pai, um professor de literatura chinesa preso pelo governo comunista durante a Revolução Cultural, na década de 1960. “Ele foi punido por se dedicar a seu trabalho”, diz. Como seu pai, Liao foi para a prisão, em 1990. O crime do filho foi escrever um poema contra o governo chinês inspirado nos protestos na Praça da Paz Celestial. “Fui preso porque todos gostam de ler meus textos.” No ano passado, Liao fugiu para a Alemanha e conseguiu publicar Deus é vermelho – A história secreta de como o cristianismo sobreviveu e floresceu na China comunista, recém-lançado no Brasil pela editora Mundo Cristão.
ÉPOCA – Quando o senhor decidiu escrever o livro?
Liao Yiwu –
 Foi depois que conheci um médico cristão. Quando o encontrei, ele fazia uma cirurgia de catarata num paciente num lugar de condições precárias numa região montanhosa da China. Depois da cirurgia, conversamos. Ele me contou que tinha sido vice-diretor de um hospital de Suzhou, mas foi afastado do cargo porque o Partido Comunista exigiu que abandonasse o cristia-nismo e ele recusou. A história dele me impressionou e resolvi escrever sobre essa perseguição.
ÉPOCA – Que tipo de perseguições os cristãos sofreram?
Liao - 
A China é um país ateu que despreza as crenças religiosas. O governo se opõe a todas as religiões, como budismo, taoismo ou cristianismo. Naquele momento (no início da Revolução Cultural, nos anos 1960), havia muitos missionários cristãos estran-geiros na China. Todos foram expulsos. Os fiéis foram proibidos de manter relações com os cristãos estrangeiros. O governo aceitava apenas a fé no comunismo. Por isso, muitos fiéis se afastaram. Mas muitos também continuaram com sua fé e lutaram contra o regime. Alguns foram fuzilados, outros passaram mais de 20 anos na prisão.

ÉPOCA – Hoje existe tolerância religiosa na China?
Liao –
 As estatísticas mostram que há pouco mais de 70 milhões de cristãos, 5% da população. De um modo geral, a procura por uma religião reflete a busca de suporte espiritual. E a China vive um momento de dúvidas e inseguranças. O cristianismo, uma religião tradicional, ajuda a suprir essa necessidade. Mas acredito que a China tolera o cristianismo na teoria, não na prática. Deus e o diabo não podem existir no mesmo lugar.
ÉPOCA – O senhor passou quatro anos encarcerado por ter escrito um poema (“Massacre”) inspirado nos protestos na Praça da Paz Celestial, em 1989. Como foram os
anos na prisão?
Liao – 
Fui humilhado, tratado como um cachorro. Depois da prisão, me tornei outra pessoa. Presenciei muitos assassinatos na cadeia e acabei me tornando um confidente dos presos, que me contavam suas histórias. Um deles me contou em deta-lhes como matou a mulher: cortou a carne e comeu os pedaços dia após dia, até acabar. Outro me contou como escapou de uma prisão por uma fossa cheia de fezes. Não queria ouvir essas histórias, mas eles me diziam que no dia seguinte poderi-am ser fuzilados. “Você é meu último ouvinte”, diziam. Isso ficou marcado na minha mente e só consegui me libertar de-pois de escrever essas histórias em livro (The corpse walking, algo como O cadáver andarilho, inédito no Brasil).
ÉPOCA – Como o senhor conseguiu sair da China?
Liao –
 Escapei pela fronteira na região de Yunnan no dia 2 de julho de 2011. Entrei no Vietnã, de lá fui até a Polônia e depois cheguei à Alemanha. Já conhecia todos os cantos de Yunnan porque passei cinco anos lá pesquisando para o livro sobre o cristianismo. Na fronteira, havia muitos clandestinos, o povo era livre. Desliguei o celular, parei de acessar a internet e entrei clandestinamente no Vietnã.
ÉPOCA – Por que não saiu antes?
Liao –
 Sofria ameaças e pressões, mas conseguia ficar na China. Eu me considero escritor, não político. Escrevia meus livros no país e os publicava no exterior. Mas, dessa vez, eles me ameaçaram com prisão. Achei melhor sair.

ÉPOCA – O que o senhor sentiu ao chegar à Alemanha?
Liao –
 Liberdade. Antes, eu não era livre.
ÉPOCA – Alguma diferença cultural surpreendeu o senhor?
Liao –
 Viajei pelo mundo e percebi que os chineses mentem demais. A China está repleta de mentirosos. Outra coisa que chamou a atenção foi durante minha chegada aos Estados Unidos. O controle na alfândega é muito rigoroso. Fiquei três horas lá. Senti que não deve ser fácil para o governo americano administrar um país tão livre. Depois, fui para a Times Square, em Nova York. Nunca tinha visto tantos prédios altos e tantas pessoas andando na rua durante a noite. Mas me surpreendi quando vi um painel de propaganda da Xinhua, agência de comunicação chinesa, no topo de um prédio. Como uma propaganda dessa agência da ditadura pode estar num país liberal como os EUA?

O governo chinês carrega
dinheiro numa mão e uma faca na outra. O dinheiro é para homens de negócio estrangeiros. A faca, para o povo
  
ÉPOCA – O senhor pensa em voltar?
Liao –
 Para mim, a China é uma grande prisão. Mas continuo esperando a chegada da mudança.

ÉPOCA – Como seus amigos e parentes lidam com a possibilidade de seu trabalho incomodar o governo chinês?
Liao –
 Não os envolvo em meu trabalho. Mas sofro por eles. Divorciei-me duas vezes. A primeira, depois de sair da prisão. Minha mulher não suportava a pressão e pediu a separação. Com minha segunda mulher, ficamos casados por dez anos. Uma vez, ela me perguntou se tínhamos futuro. Não consegui responder, e, por isso, nos divorciamos.
ÉPOCA – Escritores chineses sofrem muita pressão do governo?
Liao –
 Como a maioria dos escritores produz histórias imaginárias, não são perseguidos. Eles escrevem apenas para ganhar dinheiro. Entregam a consciência para o diabo. Alguns foram muito bem-sucedidos e têm uma vida confortável. O mesmo ocorreu com diretores de cinema como Zhang Yimou. Nos filmes, eles embelezam a ditadura e fazem sucesso no mundo. Na Olimpíada de Pequim, convidaram um músico para compor uma canção. Só tem um verso: “Eu te amo e você me ama”. E só. Esse músico é famoso, conhecido pelo mundo inteiro. Quer dizer, todos só precisam cantar “Você me ama e eu te amo”, e está tudo bem.
ÉPOCA – Que tipo de censura o senhor sofreu?
Liao –
 Manuscritos de obras minhas foram confiscados. Além disso, sofri ameaças de prisão e fiquei encarcerado por curtos períodos. Já tentei lançar livros na China, mesmo com pseudônimo, mas o governo sempre proíbe a publicação. O povo não pode ter acesso a meus livros.
ÉPOCA – Como a falta de liberdade afeta o cotidiano do povo?
Liao –
 Os chineses não têm liberdade de expressão. Não podem opinar sobre o governo. Por exemplo, se o governo confiscar sua terra, você não pode falar nada ou sofrerá retaliações. Um porco tem mais liberdade que uma pessoa. O comunismo não deixa a população raciocinar.
ÉPOCA – Como o governo trata os opositores?
Liao –
 O governo chinês não tolera qualquer forma de oposição. Do ano passado para cá, muitos amigos meus desapareceram. O governo trata os intelectuais como bandidos, cobre seu rosto com saco preto antes de torturá-los. Fui ameaçado de desapa-recimento caso continuasse publicando livros no exterior. Desaparecimento é algo assustador, pois ninguém sabe para onde essa pessoa foi.
ÉPOCA – Em artigo publicado pelo senhor no jornal The New York Times em 2011, a China é chamada de “prisão colossal e invisível”. Outras pessoas preferem classificar o país como um “gigante da economia”. O que o senhor acha da variedade de adjetivos que a China recebe?
Liao –
 Nos últimos anos, o mundo mantém intensa relação comercial com a China. Mas digo que a China mantém uma política de cinismo. Não permite debates sobre suas políticas. Adota apenas relações comerciais. Digo simbolicamente que a China, numa mão, carrega notas de dinheiro. Noutra segura uma faca. O dinheiro é oferecido aos estrangeiros que querem fazer negócio, abrir fábricas poluentes que seriam proibidas em seu país de origem. A faca o governo reserva à população chinesa. Políticos, homens de negócio e intelectuais que elogiam a China veem apenas o sucesso econômico e ignoram a forma como o país trata sua população.
ÉPOCA – O senhor acredita que a China um dia possa se tornar um Estado democrático de direito?
Liao –
 É uma tendência natural. Mas até lá a natureza estará destruída e os rios poluídos. Estou preocupado com a degradação dos recursos naturais na China. É assustador. Além disso, um regime democrático pode levar à segregação do país. As provín-cias se tornarão países independentes. A China pode virar 20 países ou mais.
ÉPOCA – O senhor acredita que a Primavera Árabe possa influenciar movimentos pró-democracia na China?
Liao –
 Sim. O ano passado foi assustador para os comunistas chineses. No primeiro semestre, houve a Primavera Árabe. No segun-do, a morte do ditador Muammar Khadafi, da Líbia. Vi muitos chineses chorando a morte dele. Isso me fez lembrar a morte de Mao Tsé-tung, em 1976. Muitos choraram sua morte, mas logo depois ocorreu uma série de mudanças positivas... Espero que essa mudança possa acontecer novamente.
ÉPOCA – O senhor vê seu trabalho como uma missão ou um fardo?
Liao –
 Apenas transcrevo a realidade que vejo. Não faço
críticas. Apenas relato fatos. A verdade é meu ideal.
VIA:PASTOR JOÃO NOGUEIRA DE LIMA