segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Este é o meu Rei - Excelente tradução em português

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Cúpula do G-20 discute o desequilíbrio econômico

Na Coreia do Sul, as potências mundiais teriam de encontrar uma fórmula de compromisso entre grandes exportadores e grandes consumidores, conflito que está causando a guerra cambial.
ROBERTO KOVALICK
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Os chefes de Estado e governo do grupo dos 20 países com as maiores economias estão longe de resolver o principal assunto da reunião.

Na Coreia do Sul, o G-20, como é chamado esse grupo de países, teria de encontrar uma fórmula de compromisso entre grandes exportadores e grandes consumidores, conflito que está causando a guerra cambial.

Para Barack Obama, o G-20 começou com um revés. No seu primeiro encontro bilateral, o presidente americano e o presidente sul-coreano anunciaram que não conseguiram chegar a um acordo para ampliar as exportações americanas para a Coreia do Sul. É mais uma derrota para o governo americano, e um sinal de que o encontro das principais lideranças mundiais pode terminar apenas na retórica.

No centro das discussões sobre a guerra cambial, os presidentes das duas maiores economias do mundo se reuniram antes do início oficial da cúpula. Hu Jintao se comprometeu a valorizar o iuan, mas aos poucos. E manifestou a vontade da China em fortalecer o diálogo e a cooperação com os Estados Unidos.

Já Obama disse que os dois países têm que buscar um equilíbrio firme e sustentável. Depois, o presidente americano se encontrou com a chanceler Angela Merkel e deve ter ouvido mais criticas sobre a decisão do Banco Central americano de bombear US$ 600 bilhões na economia e, consequentemente, desvalorizar a moeda.

Uma questão grave e que gera um protecionismo camuflado, segundo Dilma Rousseff, que fez sua estreia internacional após ser eleita presidente. “A política do dólar fraco faz com que o ajuste americano fique na conta das outras economias. A melhor solução seria não haver desvalorização do dólar. Essa seria a solução”, afirma.

O presidente Lula disse que o mundo vai à falência se os países ricos não estimularem o consumo interno. ”Todo mundo quer ganhar mais fazendo exportação, e não é possível, porque o mundo emergente não consegue suportar, ser responsável pelo aumento da produção e aumento do consumo ao mesmo tempo”, diz o presidente.

O reequilíbrio do comércio internacional vai depender da capacidade dos chefes de governo em coordenarem políticas econômicas. Até isso acontecer, eles direcionam as palavras para o que chamam de guerra cambial.

Enquanto na Europa, ganham destaque os temores de que a Irlanda, que não consegue diminuir o seu déficit público, recorra ao FMI para tentar colocar as contas em ordem.

Em um centro de convenções em Seul, o G-20 começa para valer. Os chefes de estado e de governo terão uma série de reuniões para tratar, além da guerra cambial, de outros temas como a reforma das instituições financeiras internacionais. À tarde, será divulgado o comunicado final. A expectativa é de que o documento defenda a necessidade de câmbio livre e redução da diferença entre os países que tem superávit comercial, caso da China, e os que têm prejuízo, como os Estados Unidos, mas sem nenhum compromisso ou exigência.

Por isso, muitos temem que a reunião do G-20 não seja suficiente para reduzir as tensões e evitar uma guerra comercial.

Juristas discutem reforma política e defendem mudanças na legislação eleitoral

São Paulo - O presidente do Tribunal Eleitoral de São Paulo, desembargador Walter de Almeida Guilherme, defendeu mudanças na legislação eleitoral, que considerou defasada, para dar mais agilidade e eficiência às decisões relacionadas ao processo eleitoral. O magistrado participou hoje (10) de um seminário sobre reforma política, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo.

'Precisamos dar um rumo mais correto e rápido à legislação para que as decisões possam ser proferidas em tempo mais completo e para que a sociedade não fique nessa insegurança jurídica. Tivemos bons exemplos nessas eleições de coisas que devem ser resolvidas. A questão da ficha suja [por exemplo]. É bem verdade que a lei [da Ficha Limpa] foi promulgada próximo das eleições e, por ser um tema novo, alongou muito as discussões, o que traz um certo descrédito à sociedade'.

Almeida Guilherme disse ainda que é preciso discutir melhor o papel da mídia nas eleições, a visibilidade de candidatos que já são conhecidos da população e a divulgação de pesquisas. 'Aparentemente, um candidato que já aparece na televisão tem mais condição, tem certo desequilíbrio com o que não aparece. Ele leva vantagem e isso é inegável. O eleitor, às vezes, quer votar na pessoa conhecida e ela é aquela que aparece constantemente na televisão'.

O caso do ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz, também foi comentado. Na véspera do primeiro turno eleitoral, Roriz abandonou a candidatura ao governo do DF - ameaçada pela Lei da Ficha Limpa - e indicou a mulher dele, Weslian Roriz, para substituí-lo na disputa. Weslian perdeu a eleição para o candidato petista Agnelo Queiróz.

Para o procurador Regional Eleitoral do estado de São Paulo, Pedro Barbosa Pereira Neto, é preciso discutir se é razoável que um candidato a um cargo no Poder Executivo possa renunciar à candidatura na véspera da eleição e indicar, por vontade própria, uma pessoa desconhecida da sociedade. 'Isso parece que afronta não só a vontade da população que participa de um longo processo eleitoral, como tira qualquer sentido da campanha eleitoral, que serve para o cidadão tomar consciência do voto que deve dar'.

Segundo o procurador, o maior problema ocorre quando a substituição é feita na véspera da eleição, como no caso do casal Roriz. Ele disse que a substituição por renúncia está baseada apenas na vontade do candidato e não depende de mais nada. 'Esse é um problema sério porque, a rigor, o candidato que renuncia coloca quem lhe aprouver. Essa é uma questão que deve ser discutida porque fere enormemente a construção de um voto consciente no sentido de se saber quem é a pessoa que é candidata e que, eventualmente, será eleita'.

Edição: Vinicius Doria

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