quinta-feira, 30 de junho de 2011

95 Teses para a Igreja de Hoje

1 - Reafirmamos a supremacia das Escrituras Sagradas sobre quaisquer 
visões, sonhos ou novas revelações que possam aparecer. (Mc 13.31)

2 - Entendemos que todas as doutrinas, idéias, projetos ou ministérios devem 
passar pelo crivo da Palavra de Deus, levando-se em conta sua total revelação em Cristo e no Novo Testamento do Seu sangue. (Hb 1.1-2) 

3 - Repudiamos toda e qualquer tentativa de utilização do texto sagrado visando a manipulação e domínio do povo que, sinceramente, deseja seguir a Deus. (2 Pe 1.20)

4 - Cremos que a Bíblia é a Palavra de Deus e que contém TODA a revelação que Deus julgou necessária para todos os povos, em todos os tempos, não necessitando de revelações posteriores, sejam essas revelações trazidas por anjos, profetas ou quaisquer outras pessoas. (2 Tm 3.16)

5 - Que o ensino coerente das Escrituras volte a ocupar lugar de honra em nossas igrejas. Que haja integridade e fidelidade no conhecimento da Palavra tanto por parte daqueles que a estudam como, principalmente, por parte daqueles que a ensinam. (Rm 12.7; 2 Tm 2.15)

6 - Que princípios relevantes da Palavra de Deus sejam reafirmados sempre: a soberania de Deus, a suficiência da graça, o sacrifício perfeito de Cristo e Sua divindade, o fim do peso da lei, a revelação plena das Escrituras na pessoa de Cristo, etc. (At 2.42)

7 - Cremos que o mundo jaz no maligno, conforme nos garantem as Escrituras, não significando, porém, que Satanás domine este mundo, pois "do Senhor é a Terra e sua Plenitude, o mundo e os que nele habitam". (1 Jo 5.19; Sl 24.1)

8 - Cremos que a vitória de Jesus sobre Satanás foi efetivada na cruz, onde Cristo "expôs publicamente os principados e potestades à vergonha, triunfando sobre eles" e que essa vitória teve como prova final a ressurreição, onde o último trunfo do diabo, a saber, a morte, também foi vencido. (Cl 2.15; 1 Co 15.20-26)

9 - Acreditamos que o cristão verdadeiro, uma vez liberto do império das trevas e trazido para o Reino do Filho do amor de Deus, conhecendo a verdade e liberto por ela, não necessita de sessões contínuas de libertação, pois isso seria uma afronta à Cruz de Cristo. (Cl 1.13; Jo 8.32,36)

10 - Cremos que o diabo existe, como ser espiritual, mas que está subjugado pelo poder da cruz de Cristo, onde ele, o diabo, foi vencido. Portanto, não há a necessidade de se "amarrar" todo o mal antes dos cultos, até porque o grande Vencedor se faz presente. (1 Co 15.57; Mt 18.20)

11 - Declaramos que nós, cristãos, estamos sujeitos à doenças, males físicos, problemas relativos à saúde, e que não há nenhuma obrigação da parte de Deus em curar-nos, e que isso de forma alguma altera o seu caráter de Pai amoroso e Deus fiel. (Jo 16.33; 1 Tm 5.23)

12 - Entendemos que a prosperidade financeira pode ser uma benção na vida de um cristão, mas que isso não é uma regra. Deus não tem nenhum compromisso de enriquecer e fazer prosperar um cristão. (Fp 4.10-12)

13 - Reconhecemos que somos peregrinos nesta terra. Não temos, portanto, ambições materiais de conquistar esta terra, pois "nossa pátria está nos céus, de onde aguardamos a vinda do nosso salvador, Jesus Cristo". (1 Pe 2.11)

14 - Nossas petições devem sempre sujeitar-se à vontade de Deus. "Determinar", "reivindicar", "ordenar" e outros verbos autoritários não encontram eco nas Escrituras Sagradas. (Lc 22.42)

15 - Afirmamos que a frase "Pare de sofrer", exposta em muitas igrejas, não reflete a verdade bíblica. Em toda a Palavra de Deus fica clara a idéia de que o cristão passa por sofrimentos, às vezes cruéis, mas ele nunca está sozinho em seu sofrer. (Rm 8.35-37)

16 - Reafirmamos que, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, sendo os mesmos livres de quaisquer maldições passadas, conhecidas ou não, pelo poder da cruz e do sangue de Cristo, que nos livra de todo o pecado e encerra em si mesmo toda a maldição que antes estava sobre nós. (Rm 8.1)

17 - Entendemos que a natureza criada participa das dores, angústias e conseqüências da queda do homem, e que aguarda com ardente expectativa a manifestação dos filhos de Deus. O que não significa que nós, cristãos, tenhamos que ser negligentes com a natureza e o meio-ambiente, uma vez que Deus não apenas criou tudo, mas também "viu que era bom" (Rm 8.19-23; Gn 1.31)

18 - Reconhecemos a suficiência e plenitude da graça de Cristo, não necessitando assim, de quaisquer sacrifícios ou barganhas para se alcançar a salvação e favores de Deus. (Ef 2.8-9)

19 - Reconhecemos também a suficiência da graça em TODOS os aspectos da vida cristã, dizendo com isso que não há nada que possamos fazer para "merecermos" a atenção de Deus. (Rm 3.23; 2 Co 12.9)

20 - Que nossos cultos sejam mais revestidos de elementos de nossa cultura. Que a brasilidade latente em nossas veias também sirva como elemento de adoração e liturgia ao nosso Deus. (1 Co 7.20)

21 - Que entendamos que vivemos num "país tropical, abençoado por Deus, e bonito por natureza". Portanto, que não seja mais "obrigatório" aos pastores e líderes o uso de trajes mais adequados ao clima frio ou extremamente formais. Que celebremos nossa tropicalidade com graça e alegria diante de Deus e dos homens. (1 Co 9.19-23)

22 - Que nossa liturgia seja leve, alegre, espontânea, vibrante, como é o povo brasileiro. Que haja brilho nos olhos daqueles que se reúnem para adorar e ouvir da Palavra e que Deus se alegre de nosso modo brasileiro de cultuá-LO. (Salmo 100)

23 - Que as igrejas entendam que Deus pode ser adorado em qualquer ritmo, e que a igreja brasileira seja despertada para a riqueza dos vários sons e ritmos brasileiros e entenda que Deus pode ser louvado através de um baião, xote, milonga, frevo, samba, etc... Da mesma forma, rejeitamos o preconceito, na verdade um racismo velado, contra instrumentos e danças de origem africana, como se estes, por si só, fossem intrinsecamente ligados a alguma forma de feitiçaria. (Sl 150)

24 - Que retornemos ao princípio bíblico, vivido pela igreja chamada primitiva, de que "ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum." (At 4.32)

25 - Que não condenemos nenhum irmão por ter caído em pecado, ou por seu passado. Antes, seguindo a Palavra, corrijamos a ovelha ferida com espírito de brandura, guardando-nos para que não sejamos também tentados. O que não significa, por outro lado, conivência com o pecado praticado de forma contumaz .(Gl 6.1; 1 Co 5)

26 - Que ninguém seja culpado por duvidar de algo. Que haja espaço em nosso meio para dúvidas e questionamentos. Que ninguém seja recriminado por "falta de fé". Que haja maturidade para acolher o fraco e sabedoria para ensiná-lo na Palavra. A fé vem pelo ouvir, e o ouvir da Palavra de Deus. (Rm 14.1; Rm 10.17)

27 - Que a igreja reconheça que são as portas do inferno que não prevalecerão contra ela e não a igreja que tem que se defender do "exército inimigo". Que essa consciência nos leve à prática da fé e do amor, e que isso carregue consigo o avançar do Reino de Deus sobre a terra. (Mt 16.18)

28 - Cremos na plena ação do Espírito Santo, mas reconhecemos que em muitas situações e igrejas, há enganos em torno do ensino sobre dons e abusos em suas manifestações. (Hb 13.8; 1 Co 12.1)

29 - Que nossas estatísticas sejam mais realistas e não utilizadas para, mentindo, "disputarmos" quais são as maiores igrejas; o Reino é bem maior que essas futilidades. (Lc 22.24-26)

30 - Que os neófitos sejam tratados com carinho, ensinados no caminho, e não expostos aos púlpitos e à "fama" antes de estarem amadurecidos na fé, para que não se ensoberbeçam e caiam nas ciladas do diabo. (1 Tm 3.6)

31 - Que saibamos valorizar a nossa história, certos de que homens e mulheres deram suas vidas para que o Evangelho chegasse até nós. (Hb 12.1-2)

32 - Que sejamos conhecidos não por nossas roupas ou por nossos jargões lingüísticos, mas por nossa ética e amor para com todos os homens, refletindo assim, a luz de Cristo para todos os povos. (Mt 5.16)

33 - Que arda sempre em nosso peito o desejo de ver Cristo conhecido em todas as culturas, raças, tribos, línguas e nações. Que missões seja algo sempre inerente ao próprio ser do cristão, obedecendo assim à grande comissão que Jesus nos outorgou. (Mt 28.18-20)

34 - Reconhecemos que muitas igrejas chamam de pecado aquilo que a Bíblia nunca chamou de pecado. (Lc 11.46)

35 - A participação de cristãos e pastores em entidades e sociedades secretas é perniciosa e degradante para a simplicidade e pureza do evangelho. Não entendemos como líderes que dizem servir ao Deus vivo sujeitam-se à juramentos que vão de encontro à Palavra de Deus, colocando-se em comunhão espiritual com não cristãos declarando-se irmãos, aceitando outros deuses como verdadeiros. (Lv 5.4-6,10; Ef 5.11-12; 2 Co 6.14)

36 - Rejeitamos a idéia do messianismo político, que afirma que o Brasil só será transformado quando um "justo" (que na linguagem das igrejas significa um membro de igreja evangélica) dominar sobre esta terra. O papel de transformação da sociedade, pelos princípios cristãos, cabe à Igreja e não ao Estado. O Reino de Deus não é deste mundo, e lamentamos a manipulação e ambição de alguns líderes evangélicos pelo poder terreal. (Jo 18.36)

37 - Que os púlpitos não sejam transformados em palanques eleitorais em épocas de eleição. Que nenhum pastor induza o seu rebanho a votar neste ou naquele candidato por ser de sua preferência ou interesse pessoal. Que haja liberdade de pensamento e ideologia política entre o rebanho. (Gl 1.10)

38 - Que as igrejas recusem ajuda financeira ou estrutural de políticos em épocas de campanha política a fim de zelarem pela coerência e liberdade do Evangelho. (Ez 13.19)

39 - Que os membros das igrejas cobrem esta atitude honrada de seus líderes. Caso contrário, rejeitem a recomendação perniciosa de sua liderança. (Gl 2.11)

40 - Negamos, veementemente, no âmbito político, qualquer entidade que se diga porta-voz dos evangélicos. Nós, cristãos evangélicos, somos livres em nossas ideologias políticas, não tendo nenhuma obrigação com qualquer partido político ou organização que se passe por nossos representantes. (Mt 22.21)

41 - O versículo bíblico "Feliz a nação cujo Deus é o Senhor" não deve ser interpretado sob olhares políticos como "Feliz a nação cujo presidente é evangélico" e nem utilizado para favorecer candidatos que se arroguem como cristãos. (Sl 144.15)

42 - Repugnamos veementemente os chamados "showmícios" com artistas evangélicos. Entendemos ser uma afronta ao verdadeiro sentido do louvor a participação desses músicos entoando hinos de "louvor a Deus" para angariarem votos para seus candidatos. (Ex 20.7)

43 - Cremos que o Reino também se manifesta na Igreja, mas é maior que ela. Deus não está preso às paredes de uma religião. O Espírito de Deus tem total liberdade para se manifestar onde quiser, independente de nossas vontades. (At 7.48-49)

44 - Nenhum pastor, bispo ou apóstolo (ou qualquer denominação que se dê ao líder da igreja local) é inquestionável. Tudo deve ser conferido conforme as Escrituras. Nenhum homem possui a "patente" de Deus para as suas próprias palavras. Portanto, estamos livres para, com base nas Escrituras, questionarmos qualquer palavra que não esteja de acordo com as mesmas. (At 17.11)

45 - Ninguém deve ser julgado por sua roupa, maquiagem ou estilo. As opiniões pessoais de pastores e líderes quanto ao vestuário e estilo pessoal não devem ser tomadas como Palavras de Deus e são passíveis de questionamentos. Mas que essa liberdade pessoal seja exercida como servos de Cristo, com sabedoria e equilíbrio. (Rm 14.22)

46 - Que nenhum pastor, bispo ou apóstolo se utilize do versículo bíblico "não toqueis no meu ungido", retirando-o do contexto, para tornarem-se inquestionáveis e isentos de responsabilidade por aquilo que falam e fazem no comando de suas igrejas. (Ez 34.2; 1 Cr 16.22)

47 - Que ninguém seja ameaçado por seus líderes de "perder a salvação" por questionarem seus métodos, palavras e interpretações. Que essas pessoas descansem na graça de Deus, cientes de que, uma vez salvas pela graça estão guardadas sob a égide do sangue do cordeiro, de cujas mãos, conforme Ele mesmo nos afirma, nenhuma ovelha escapará. (Jo 10.28-29)

48 - Que estejamos cada vez mais certos de que Deus não habita em templos feitos por mãos de homens. Que a febre de erguermos "palácios" para Deus dê lugar à simplicidade e humildade do bebê que nasce na manjedoura, e nem por isso, deixa de ser Rei do Universo. (At 7.48-50)

49 - Que nenhum movimento, modelo, ou "pacote" eclesiástico seja aceito como o ÚNICO vindo de Deus, e nem recebido como a "solução" para o crescimento da igreja. Cremos que é Deus quem dá o crescimento natural a uma igreja que se coloca sob Sua Palavra e autoridade. (At 2.47; 1 Co 3.6)

50 - Que nenhum grupo religioso julgue-se superior a outro pelo NÚMERO de pessoas que aderem ao seu "mover". Nem sempre crescimento numérico representa crescimento sadio. (Gl 6.3)

51 - Que a idolatria evangélica para com pastores, apóstolos, bispos, cantores, seja banida de nosso meio como um câncer é extirpado para haver cura do corpo. Que a existência de fã-clubes e a "tietagem" evangélica sejam vistos como uma afronta e como tentativa de se dividir a glória de Deus com outras pessoas. (Is 42.8; At 10.25-26)

52 - Reafirmamos que o véu, que fazia separação entre o povo e o lugar santo, foi rasgado de alto a baixo quando da morte de Cristo. TODO cristão tem livre acesso a Deus pelo sangue de Cristo, não necessitando da mediação de quem quer que seja. (Hb 4.16; 2 Tm 2.15)

53 - Que os pastores, bispos e apóstolos arrependam-se de utilizarem-se de argumentos fúteis para justificarem suas vidas regaladas. Carro importado do ano, casa nova e prosperidade financeira não devem servir de parâmetros para saber se um ministério é ou não abençoado. Que todos nós aprendamos mais da simplicidade de Cristo. (Mt 8.20)

54 - Não reconhecemos a autoridade de bispos, apóstolos e líderes que profetizam a respeito de datas para a volta de Cristo. Ninguém tem autoridade para falar, em nome de Deus, sobre este assunto. (Mc 13.32)

55 - "O profeta que tiver um sonho, conte-o como sonho. Mas aquele a quem for dado a Palavra de Deus, que pregue a Palavra de Deus." Que sejamos sábios para não misturar as coisas. E as profecias, ainda que não devam ser desprezadas, devem ser julgadas, retendo o que é bom e descartando toda forma de mal. (Jr 23.28; 1 Ts 5.20-22)

56 - Que o ministério pastoral seja reconhecidamente um dom, e não um título a ser perseguido. Que aqueles que exercem o ministério, sejam homens ou mulheres, o exerçam segundo suas forças, com todo o seu coração e entendimento, buscando sempre servir a Deus e aos homens, sendo realmente ministros de Deus. (1 Tm 3.1; Rm 12.7)

57 - Que os cânticos e hinos sejam mais centralizados na pessoa de Deus no que na primeira pessoa do singular (EU). (Jo 3.30)

58 - Que ninguém seja obrigado a levantar as mãos, fechar os olhos, dizer alguma coisa para o irmão do lado, pular, dançar... mas que haja liberdade no louvor tanto para fazer essas coisas como para não fazer. E que ninguém seja julgado por isso. (2 Co 3.17)

59 - Que as nossas crianças vivam como crianças e não sejam obrigadas a se tornarem como nós, adultos, violentando a sua infância e fazendo com que se tornem "estrelas" do evangelho ou mesmo "produtos" a serem utilizados por aduladores e pastores que visam, antes de tudo, lotarem seus templos com "atrações" curiosas, como "a menor pregadora do mundo", etc... (Lc 18.16; 1 Tm 3.6)

60 - Que as "Marchas para Jesus" sejam realmente para Jesus, e não para promover igrejas que estão sob suspeita e líderes questionáveis. Muito menos para promover políticos e aproveitadores desses mega-eventos evangélicos. (1 Co 10.31)

61 - Nenhuma igreja ou instituição se julgue detentora da salvação. Cristo está acima de toda religião e de toda instituição religiosa. O Espírito é livre e sopra onde quer. Até mesmo fora dos arraiais "cristãos". (At 4.12; Jo 3.8)

62 - Que as livrarias ditas "cristãs" sejam realmente cristãs e não ajudem a proliferar literaturas que deturpam a palavra de Deus e que valorizam mais a experiência de algumas pessoas do que o verdadeiro ensino da Palavra. (Mq 3.11; Gl 1.8-9)

63 - Cremos que "declarações mágicas" como "O Brasil é do Senhor Jesus" e outras equivalentes não surtem efeito algum nas regiões celestiais e servem como fator alienante e fuga das responsabilidades sociais e evangelísticas realmente eficazes na propagação do Evangelho. (Tg 2.15-16)

64 - Consideramos uma afronta ao Evangelho as novas unções como "unção dos 4 seres viventes", "unção do riso", etc... pois além de não possuírem NENHUM respaldo bíblico ainda expõem as pessoas a situações degradantes e constrangedoras. (2 Tm 4.1-4)

65 - Cremos, firmemente, que todo cristão genuíno, nascido de novo, já possui a unção que vem de Deus, não necessitando de "novas unções". (1 Jo 2.20,27)

66 - Lamentamos a transformação do culto público a Deus em momentos de puro entretenimento "gospel", com a presença de animadores de auditório e pastores que, vazios da Palavra, enchem o povo de bobagens e frases de efeito que nada tem a ver com a simplicidade e profundidade do Evangelho de Cristo. (Rm 12.1-2)

67 - É necessário uma leitura equilibrada do livro de Cantares de Salomão. A poesia, muitas vezes erótica e sensual do livro tem sido de forma abusiva e descontextualizada atribuída a Cristo e à igreja. (Ct 1.1)

68 - Não consideramos qualquer instrumento, seja de que origem for, mais santo que outros. Instrumentos judaicos, como o shophar, não têm poderes sobrenaturais e nem são os instrumentos "preferidos" de Deus. Muitas igrejas têm feito do shophar "O" instrumento, dizendo que é ordem de Deus que se toque o shophar para convocar o povo à guerra. Repugnamos essa idéia e reafirmamos a soberania de Deus sobre todos os instrumentos musicais. (Sl 150)

69 - Rejeitamos a idéia de que Deus tem levantado o Brasil como o novo "Israel" para abençoar todos os povos. Essa idéia surge de mentes centralizadoras e corações desejosos de serem o centro da voz de Deus na Terra. O SENHOR reina sobre toda a Terra e ama a todos os povos com Seu grande amor incondicional. (Jo 3.16)

70 - Lamentamos o estímulo e o uso de "amuletos" cristãos como "água do rio Jordão", "areia de Israel" e outros que transformam a fé cristã numa fé animista e necessitada de "catalisadores" do poder de Deus. (Hb 11.1)

71 - Que o profeta que "profetizar" algo e isso não se cumprir, seja reconhecido como falso profeta, segundo as Escrituras. (Ez 13.9; Dt 18.22)

72 - Rejeitamos as músicas que consistem de repetições infindáveis, a fim de levar o povo ao êxtase induzido, fragilizando a mente de receber a Palavra e prestar a Deus culto racional, conforme as Escrituras. (Rm 12.1-2; 1 Co 14.15)

73 - Deixemos de lado a busca desenfreada de títulos e funções do Antigo Testamento, como levitas, gaditas, etc... Tudo se fez novo em Cristo Jesus, onde TODOS nós fomos feitos geração eleita, sacerdócio real, nação santa e povo adquirido. Da mesma forma, rejeitamos a sacralização da cultura judaica, como se esta fosse mais santa que a brasileira ou do que qualquer outra. Que então os ministros e dirigentes de música sejam simplesmente ministros e dirigentes de música, exercendo talentos e dons que Deus livremente distribuiu em Sua igreja, não criando uma "classe superior" de "levitas", até porque os mesmos já não existem entre nós. (Rm 12.3-5; 1 Pe 2.9)

74 - Que se entenda que tijolos são apenas tijolos, paredes são apenas paredes e prédios são apenas prédios. Que os termos "Casa do Senhor" e "Templo" sejam utilizados somente para fazer menção a pessoas, e nunca a lugares. Que nossos palcos não sejam erroneamente chamados de "altares", uma vez que deles não emana nenhum "poder" ou "unção" especial. (At 17:24, I Cor 6-19)

75 - Que haja consciência sobre aquilo que se canta. Que sejamos fiéis à Palavra quando diz "cantarei com o meu espírito, mas também cantarei com meu entendimento". (1 Co 14.15)

76 - Não consideramos que "há poder em nossas palavras" como querem os adeptos dessa teologia da "confissão positiva". Deus não está sujeito ao que falamos e não serão nossas palavras capazes de trazer maldição ou benção sobre quem quer que seja, se essa não for, antes de tudo, a vontade expressa de Deus através de nossas bocas. (Gl 1.6-7)

77 - Rejeitamos a onda de "atos proféticos" que, sem base e autoridade nas Escrituras, confundem e desvirtuam o sentido da Palavra, ainda comprometendo seriamente a sanidade e a coerência das pessoas envolvidas. (Mt 7.22-23)

78 - Apresentar uma noiva pura e gloriosa, adequadamente vestida para o seu noivo, não consiste em "restaurar a adoração" ou apresentar a Deus uma falsa santidade, mas em fazer as obras que Jesus fez - cuidar dos enfermos e quebrantados de coração, pregar o evangelho aos humildes, e viver a cada respirar a vontade de Deus revelada na Sua palavra - deixando para trás o pecado, deixando para trás o velho homem, e nos revestindo no novo (Tg 1.27)

79 - Discordamos dos "restauradores das coisas perdidas" por não perceberem a mão de Deus na história, sempre mantendo um remanescente fiel à Palavra e ao Testemunho. Dizer que Deus está "restaurando a adoração", "restaurando o ministério profético", etc... é desprezar o sangue dos mártires, o testemunho dos fiéis e a adoração prestada a Deus durante todos esses séculos. (Hb 12.1-2)

80 - Lamentamos a transformação da fé cristã em shows e mega-eventos que somos obrigados a assistir nas TVs, onde a figura humana e as ênfases nos "milagres" e produtos da fé sobrepujam as Escrituras e a pregação sadia da Palavra de Deus. (Jo 3.30)

81 - Deus não nos chamou para sermos "leões que rugem", mas fomos considerados como ovelhas levadas ao matadouro, por amor a Deus. Mas ainda assim, somos mais que vencedores por Aquele que nos amou. (Lc 10.3; Rm 8.36)

82 - Entendemos como abusivas as cobranças de "cachês" para "testemunhos". Que fique bem claro que aquilo que é recebido de graça, deve ser dado de graça, pois nos cabe a obrigação de pregar o evangelho. (Mt 10.8)

83 - Que movimentos como "dança profética", "louvor profético" e outros "moveres proféticos" sejam analisados sinceramente segundo as Escrituras e, por conseqüência, deixados de lado pelo povo que se chama pelo nome do Senhor. (2 Tm 4.3-4)

84 - Que a cruz de Cristo, e não o seu trono, seja o centro de nossa pregação! (1 Co 2.2)

85 - Reafirmamos que, quaisquer que sejam as ofertas e dízimos, que sejam entregues por pura gratidão, e com alegria. Que nunca sejam dados por obrigação e nem entregues como troca de bênçãos para com Deus. Muito menos sejam dados como fruto do medo do castigo de Deus ou de seus líderes. Deus ama ao que dá com alegria! (2 Co 9.7)

86 - Que a igreja volte-se para os problemas sociais à sua volta, reconheça sua passividade e volte à prática das boas obras, não como fator para a salvação, mas como reflexo da graça que se manifesta de forma visível e encarnada. "Pois tive fome... e me destes de comer..." (Mt 25.31-46; Tg 2.14-18; Tg 1.27)

87 - Cremos, conforme a Palavra que há UM SÓ MEDIADOR entre Deus e os homens - Jesus Cristo. Nenhuma igreja local, ou seu líder, podem arrogar para si o direito de mediar a comunhão dos homens e Deus. (1 Tm 2.5)

88 - Lamentamos o comércio que em que se transformou a música evangélica brasileira. Infelizmente impera, por exemplo, a "máfia" das rádios evangélicas, que só tocam os artistas de suas respectivas gravadoras, alienam o nosso povo através da massificação dos "louvores" comerciais, e não dão espaço para tanta gente boa que há em nosso meio, com compromisso de qualidade musical e conteúdo poético, lingüístico e, principalmente, bíblico. (Mc 11.15-17)

89 - Que os pastores ajudem a diminuir a indústria de testemunhos e a "máfia" das gravadoras evangélicas. Que valorizem a simples pregação da Palavra ao invés do espetáculo "gospel" a fim de terem igrejas "lotadas" para ouvirem as "atrações" da fé. Da mesma forma, rejeitamos o triunfalismo e o ufanismo no qual se transformou a música evangélica atual, que só fala em 'vitória', 'poder' e 'unção' mas se esqueceu de coisas muito mais fundamentais como 'graça', 'misericórdia' e 'perdão'. (1 Pe 5.2)

90 - Que sejamos livres para "examinarmos tudo e retermos o que é bom" , sem que líderes manipuladores tentem impor seus preconceitos, principalmente na forma de intimidações. Que nenhum líder use o jargão "Deus me falou" como forma de amedrontar qualquer um que ousar questionar suas idéias. (1 Ts 5.21)

91 - Somente as Escrituras. (Jo 14.21;17.17)

92 - Somente a Graça. (Ef 2.8-9)

93 - Somente a Fé. (Rm 1.17)

94 - Somente Cristo. (At 17.28)

95 - Glória somente a Deus (Jd 24-25)



VIA: PASTOR JOÃO NOGUEIRA DE LIMA

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Catolicismo à luz da Bíblia Sagrada.


INTRODUÇÃO 

"Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios, pela hipocrisia de homens que falam mentiras e têm a sua própria consciência cauterizada, proibindo o casamento, e ordenando a abstinência de alimentos que Deus criou para serem recebidos com ações de graças pelos que são fiéis e que conhecem bem a verdade." (1 Tm 4.1-3 ) 

A palavra católico vem do grego katholikos, que quer dizer "universal". No nome catolicismo romano já observamos uma contradição. Lorraine Boetner, em seu livro "Catolicismo Romano", cita o Dr. John Gerstner que escreveu: "...rigorosamente falando, católica romana é uma contradição de termos. Católico significa universal; romano significa particular". 

Quero, neste estudo, analisar as principais doutrinas católicas com as Escrituras e mostrar a total incompatibilidade que existe entre a fé dos evangélicos e a fé dos católicos. O profeta Amós perguntou: "Andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?" (Am 3.3) Não estou pregando a intolerância religiosa, o respeito pelo próximo é uma marca cristã, o direito a escolha religiosa é um direito inegociável. Refiro-me a tentativa ecumênica de unir evangélicos e católicos numa só igreja. Um artigo na Internet divulgou que o Papa manifestou interesse em aproximar-se de judeus e evangélicos". A proposta ecumênica dos católicos é de mão única. Estes estão interessados que os evangélicos, por exemplo, aceitem o Papa como cabeça da igreja e muito mais. A meta do ecumenismo é a união de todas as igrejas em uma só Igreja Mundial. É impossível aceitar essa proposta sem abrir mão daquilo que é básico em nossa fé. Sabemos, pelas Escrituras, que o Anticristo virá sobre as asas do ecumenismo se colocando como líder religioso mundial dizendo ser o Cristo. 

PEQUENO HISTÓRICO 

A igreja católica, que conhecemos hoje, é o resultado de alterações feitas à partir da igreja primitiva. Segundo Aurélio, "...o catolicismo romano é a religião que reconhece o Papa como autoridade máxima, que se expande por meio de sacramentos, que venera a virgem Maria e os santos, que aceita os dogmas como verdades incontestáveis e fundamentais e que tem como ato litúrgico mais importante a missa". O que essa igreja tem em comum com a igreja primitiva? Nada! 

Durante os primeiros séculos cristãos ocorreram muitas perseguições, isto cooperou para que a igreja se mantivesse fiel as Escrituras. Este período é chamado de era patrística, ou era dos pais da igreja. Halley fala de Policarpo (69-156 d.C.), discípulo de apóstolo João que foi queimado vivo por se recusar a amaldiçoar a Cristo. Policarpo falou: "oitenta e seis anos faz que sirvo a Cristo e Ele só me tem feito bem, como podia eu, agora, amaldiçoá-lo, sendo Ele meu Senhor e Salvador?" 

A corrupção no cristianismo começou já em meados do século III, onde houve o primeiro rompimento sério dos cristãos, por causa da introdução dos batismos de crianças. O rompimento foi chamado de "desfraternização". No século IV, Constantino ascendeu ao posto de Imperador. Este apoiou o cristianismo e fez o mesmo religião oficial do Império Romano. Assim sendo, muitos ímpios se tornaram cristãos por motivos políticos e escusos. Constantino convocou em 325 d.C. o Concílio de Nicéia onde surgiu o catolicismo romano influenciado por doutrinas pagãs. Como pôde haver essa junção entre o cristianismo e Roma? Roma que sempre foi centro de idolatria em que seus imperadores eram considerados deuses. Alcides Peres conta que em 326 d.C., um ano depois do Concílio, Constantino vai a Roma para celebrar o vigésimo ano de seu reinado. Por intriga palaciana, manda prender seu filho Crispo, que é logo julgado, condenado e morto pelo próprio pai... Foi esse homem que deu origem a esta junção do catolicismo com o romanismo. 

Muitas doutrinas estranhas continuaram a penetrar no catolicismo romano. Fazendo que cada vez mais a igreja católica se distanciasse de sua origem. Citarei alguns exemplos dando datas aproximadas: 

1. A oração pelos mortos começou a ser aceita por volta de 300 d.C. 
2. O começo da exaltação a Maria onde o termo "mãe de Deus" surgiu pela primeira vez em 431 d.C. 
3. A doutrina do purgatório em 593 d.C. A adoração da cruz, imagens e relíquias em 786 d.C. 
4. A canonização dos santos mortos em 995 d.C. O celibato do sacerdócio em 1079 d.C. E assim em diante... 

No século XVI ocorreu a tão conhecida reforma protestante que é sempre lembrada no dia 31 de outubro por ser a data que Lutero em 1517 d.C. colocou suas 95 teses na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg. Essas teses combatiam principalmente a compra de indulgências. Segundo Earle E. Cairns: "A indulgência era um documento que se adquiria por uma importância em dinheiro e que livrava aquele que a comprasse da pena do pecado." O pecador deveria arrependendo-se, confessar o seu pecado ao sacerdote, e ainda pagar uma certa quantia para assim obter o perdão, tratando desta forma o sacrifício na cruz como nada. Lutero combateu isto com veemência baseando-se em Romanos 1:17, ensinando que só a fé em Cristo justifica. Com a reforma a Bíblia foi traduzida para a língua do povo. Antes a Bíblia era negada ao povo sob a desculpa que só o sacerdote podia interpretá-la corretamente. A supremacia da Bíblia em todas as questões de fé e prática foi enfatizada (sola scriptura) assim combatendo a idéia que a tradição e as interpretações dos clérigos teriam o mesmo valor que as Escrituras. 

Lorraine Boettiner escreveu: "O protestantismo como surgiu no século dezesseis não foi o começo de alguma coisa nova, mas o retorno ao cristianismo bíblico e à simplicidade da igreja apostólica da qual a igreja católica se afastou há muito tempo." 

A AUTORIDADE DAS ESCRITURAS 

Para começo de conversa é bom falarmos sobre a autoridade da Bíblia segundo o catolicismo. Segundo o catolicismo existem três grandes autoridades para o ensino: a tradição da igreja, o magistério e as Escrituras Sagradas. Para eles a Bíblia sozinha não é suficiente. Raimundo F. de Oliveira cita o Padre Benhard que em 1929 escreveu: "A Bíblia não é a única fonte de fé, como Lutero ensinou no séc. XVI, porque sem a interpretação de um apostolado divino e infalível, separado da Bíblia, jamais poderemos saber, com certeza, quais são os livros que constituem as Escrituras inspiradas, ou se as cópias que hoje possuímos concordam com os originais. A Bíblia em si mesma, não é mais do que letra morta, esperando por um intérprete divino... Certo número de verdades reveladas têm chegado a nós, somente por meio da tradição divina." 

"Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; e se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, e da cidade santa, que estão escritas neste livro." (Ap. 22.18 e 19) 

Conforme temos visto, para o catolicismo romano, a Bíblia não é a única regra de fé. A revelação, segundo eles, está apoiada no seguinte tripé: as escrituras, a tradição da Igreja e o magistério. Ainda tiram da Bíblia o valor de ser a autoridade final. Observe a declaração do catecismo de 1994: "O ofício de interpretar autenticamente a Palavra de Deus escrita ou transmitida (tradição) foi confiado unicamente ao magistério vivo da Igreja, cuja autoridade se exerce em nome de Jesus Cristo, isto é, aos bispos em comunhão com o sucessor de Pedro, o bispo de Roma." Ou seja, para os católicos, a interpretação dos magistrados é superior as Escrituras Sagradas. Paulo nos advertiu: "Mas ainda a que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já tenho anunciado, seja anátema." (Gl 1.8). E em Rm 3.4 está escrito "...sempre seja Deus verdadeiro e todo o homem mentiroso." 

Além desse tripé errôneo, existe o fato da Igreja Católica possuir livros apócrifos em sua Bíblia. A palavra "apócrifo" vem do grego apokrupha que significa "coisas ocultas". Porém com o decorrer do tempo foi adquirindo o significado de "espúrio" e "não-puro". Os livros apócrifos estão inseridos no Velho Testamento fazendo que o Velho Testamento deles tenham 46 livros enquanto o nosso têm 39 livros. Os apócrifos são: Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruque, 1º e 2º de Macabeus, seis capítulos e dez versículos acrescentados no livro de Ester e dois capítulos de Daniel. Foi no Concílio de Trento em 15 de abril de 1546, em sua quarta sessão que a Igreja Católica declarou estes livros sagrados. 

Quero dar quatro razões para não aceitarmos esses livros como inspirados por Deus. 

1ª) Esses livros não estão no cânon hebraico. A palavra "cânon" significa literalmente "cana" ou "vara de medir". Esta palavra, com o tempo, passou a classificar os livros que são considerados genuínos e inspirados por Deus. Sendo assim os hebreus consideram os livros apócrifos como não inspirados por Deus. 

2ª) Não há no Novo Testamento nenhuma citação desses livros. Jesus e os apóstolos não citaram uma vez sequer um trecho incluído nesses livros. Assim mostrando que não eram considerados genuínos por Cristo ou pelos apóstolos. 

3ª) Doutrinas contrárias as escrituras são baseadas nesses livros, tais como: a intercessão pelos mortos, a intercessão dos santos, a salvação pelas obras, etc. 

4ª) Os católicos não foram unânimes quanto a inspiração divina nesses livros. No Concílio de Trento houve luta corporal quando este assunto foi tratado. Lorraine Boetner (in Catolicismo Romano) cita o seguinte: "O papa Gregório, o grande, declarou que primeiro Macabeus, um livro apócrifo, não é canônico. O cardeal Ximenes, em sua Bíblia poliglota, exatamente antes do Concílio de Trento, exclui os apócrifos e sua obra foi aprovada pelo papa Leão X. Será que estes papas se enganaram? Se eles estavam certos, a decisão do Concílio de Trento estava errada. Se eles estavam errados, onde fica a infalibilidade do papa como mestre da doutrina?" 

SALVAÇÃO 

Como o Catolicismo Romano vê a salvação? Adolfo Robleto (in: O Catolicismo Romano) destaca: "Na Igreja Católica, no entanto, o tema da salvação não ocupa um lugar proeminente. Os esforços se encaminham para o sentido de que o povo católico, não falte à igreja e faça obras de caridade." Segundo o catolicismo a salvação é adquirida de três formas básicas: 1ª) graça de Deus, 2ª) fé e obras e 3ª) a igreja e seus sacramentos. 

1ª) Graça de Deus – A palavra graça significa favor imerecido e gratuito. É algo concedido por Deus de forma gratuita sem qualquer mérito humano. "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras para que ninguém se glorie." (Ef 2.8 e 9). Por sua vez, a Igreja Católica não vê a graça como um favor gratuito e imerecido. O fiel para receber a graça de Deus precisa ser ligado a Igreja Católica e participar dos sacramentos, sendo só desta forma que Ele pode receber a graça de Deus. Caso não receba a graça, o fiel não poderá ser salvo. Mas as Escrituras deixam bem claro que sendo a salvação pela graça, não pode ser ao mesmo tempo pelas obras. "E se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça." (Rm 11.6). 

2ª) Fé e obras – Segundo o catolicismo a fé em Cristo não é suficiente para se adquirir a salvação. É necessário também realizar caridades, esmolas e participar dos sacramentos. No Concílio de Trento (1546-1563) saiu o seguinte decreto: "Se alguém disser que a fé é justificadora não é nada mais que confiança na misericórdia divina que cancela o pecado em nome de Cristo somente; ou que esta confiança sozinha basta para sermos justificados, que seja anátema." O catolicismo chama de maldito aquele que crê que a fé em Cristo sozinha é suficiente para justificá-lo diante de Deus. Mas nas Escrituras está escrito: "Sendo pois justificados pela fé, tenhamos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo." Cristo pouco antes de morrer na cruz disse: "...está tudo consumado". Mostrando assim que o homem não precisaria fazer mais nada para adquirir a salvação. Pois Ele "veio buscar e salvar o que se havia perdido" (Lc 19.10). 

A salvação não pode ser comprada pelas obras humanas. "Ou quem lhe deu primeiro a Ele, para que seja recompensado?" (Rm 11.35). Quem crê na salvação pela fé em obras está dizendo que Cristo morreu em vão (Gl 2.21). 

Adolfo Robleto escreveu: Qual é então a relação entre a fé e as obras? É a seguinte: a fé é a raiz; as obras são o fruto. A fé nos justifica para com Deus; as obras evidenciam essa fé diante dos homens. Deus vê o coração; os homens vêem as obras da fé no viver. Fazemos boas obras depois que cremos que somos salvos, e não antes da fé para sermos salvos. Em conclusão: as obras não produzem a salvação, mas, sim, são um resultado um resultado dela." Veja Ef 2.10. 

3ª) A igreja e seus sacramentos – No catecismo de 1994 está escrito: "Toda salvação vem de Cristo–cabeça, através da igreja, a qual é o seu corpo; apoiado na Sagrada Escritura e na tradição (o Concílio) ensina que esta igreja, agora peregrina na terra, é necessária a salvação... por isso não podem salvar-se, aqueles que, sabendo que a igreja católica foi fundada por Deus através de Jesus Cristo, como instituição necessária, apesar disso não quiserem entrar nela ou perseverar." 

Nas Escrituras não há nenhuma indicação que alguém deve entrar numa igreja para obter salvação. A salvação só é por meio de Cristo (At 4.12; Jo 3.36; Jo 5.24; Jo 20.31; At 10.43; I Ts 5.9 etc.). Depois de salvo o cristão deve se ligar a uma igreja realmente cristã para ter comunhão com seus irmãos em Cristo (Hb 10.25, I Jo 1.5-7 e I Jo 4.20 e 21). 

A palavra sacramento vem do latim sacramentum que antigamente tinha dois significados básicos: 

1.º) Algo que era separado para um propósito sagrado 

2.º) Era um juramento que o soldado fazia ao Imperador de Roma ao ingressar no exército. No século V, Agostinho começou a elaborar as doutrinas dos sacramentos, que ele definiu como "a forma visível de um graça invisível" (signum visible de gratia invisible). Só no ano de 1439, no Concílio de Florença, foi que os sete sacramentos foram oficializados pelo catolicismo. Sendo os sete sacramentos: batismo, crisma ou confirmação, penitência, eucaristia ou missa, matrimônio, unção de enfermos ou extrema-unção e santas ordens. Segundo o catecismo de 1994, "a Igreja afirma que para os crentes os sacramentos da nova aliança são necessários à salvação." Os sete sacramentos são nada menos que uma séria de boas obras que os católicos crêem que precisam fazer para alcançar a salvação. Mas em Rm 3.20 está escrito: "Por isso nenhuma carne será justificada diante Dele pelas obras..." 

Ao criar esta doutrina o catolicismo forma uma espécie de salvação sacerdotal, pois os sacramentos só podem ser ministrados pelos "sacerdotes" católicos. Transformando os sacerdotes católicos em mediadores entre Deus e os homens. O que é uma tremenda heresia: "Porque há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem." Analisaremos brevemente cada sacramento. 

O BATISMO 

Os católicos crêem que o batismo é necessário a salvação, que sem o batismo a pessoa está condenada ao inferno. No concílio de Trento foi decretado: "As crianças se não forem regeneradas para Deus através da graça do batismo, quer seus pais sejam cristãos ou infiéis, nascem para miséria e perdição eternas." Quão terrível é esta doutrina! Já nós, evangélicos, cremos que estando a criança na fase da inocência vindo falecer esta irá para o céu. "Por que dos tais é o reino dos céus." (Mt 19.14). O batismo é para quem crê. Enquanto a criança não tiver como decidir sobre a sua fé em Cristo, esta não pode ser batizada. A afirmação que o batismo salva é totalmente equivocada. O batismo é para os salvos e só a ausência de fé em Cristo é que condena. "Quem crer e for batizado será salvo, quem não crê será condenado." (Mc 16.16) 

CRISMA OU CONFIRMAÇÃO 

Segundo eles, é um ato de aprofundamento em Cristo para todos aqueles que já foram batizados. No catecismo de 1994 está escrito: "a confirmação aperfeiçoa a graça batismal; é o sacramento que dá o Espírito Santo para enraizar-nos mais profundamente na filiação divina; incorporar-nos mais firmemente a Cristo, tornar mais sólida a nossa vinculação com a Igreja..." Preste atenção! Segundo eles, este sacramento concede o Espírito Santo. Por isto no crisma o bispo impõe suas mãos sobre a cabeça da pessoa com o propósito de transmitir o Espírito Santo. Não existem nenhum ritual, nas Escrituras, que aprofunde alguém espiritualmente. A filiação divina não é aprofundada por um ritual mas é conseguida plenamente no momento em que se crê em Cristo. É o que está escrito em João 1.12: "Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; aos que crêem no Seu nome." E é neste momento que recebemos o Espírito Santo. "Pois todos nós fomos batizados em um Espírito formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres e todos temos bebidos de um Espírito." 

PENITÊNCIA 

Segundo o catolicismo é a maneira de remover a penalidade dos pecados cometidos depois do batismo e crisma. O padre depois de ouvir a confissão dos pecados recomenda aos fiéis penitências como: orações, ofertas, ajuda ao próximo ou algum tipo de privação. No catecismo de 1994 está escrito: "A absolvição tira o pecado, mas não remedia todas as desordens que ele causou. Liberto do pecado, o pecador deve ainda recobrar a plena saúde espiritual. Deve, portanto, fazer alguma coisa mais para reparar seus pecados; deve satisfazer de modo apropriado ou expiar seus pecados. Esta satisfação chama-se também penitência." Esta doutrina é uma verdadeira aberração. O sacrifício de cristo é único e suficiente (Hb 10.12). 

EUCARISTIA OU MISSA 

Lorraine Boetner cita o catecismo de Nova York que diz o seguinte: 

"Jesus Cristo nos deu o sacrifício na cruz da missa para que a sua Igreja tenha um sacrifício visível que prolongue o Seu sacrifício na cruz até o fim dos tempos. A missa é o mesmo sacrifício que o sacrifício da cruz. A santa comunhão é participar do corpo e do sangue de Jesus Cristo sob a aparência de pão e vinho". 

Vemos que para os católicos a eucaristia ou missa é onde Cristo volta a ser crucificado para que os benefícios da cruz se apliquem continuamente aos seus participantes. Na epístola aos Hebreus capítulo 9 vemos Jesus sendo comparado aos sacerdotes no templo. Porém o autor mostra que Cristo é superior aos sacerdotes, sendo Ele o Sumo Sacerdote perfeito que ofereceu-se uma vez. 

Observe: 

"Nem também para si mesmo oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no santuário com sangue alheio. Doutra maneira, necessário lhe fora padecer desde a fundação do mundo; mas agora na consumação dos séculos uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo. E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez vindo depois disso o juízo, assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos..." (Hb 9.25-28). 

No versículo 12 afirma que entrou "uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção." A redenção é eterna então não há necessidade de rituais para que a redenção continue. 

Ensina a teologia católica a transubstanciação (alteração de substância) durante a eucaristia. Após a consagração dos elementos, pão e vinho, e a recita feita pelo padre das palavras de Cristo, "isto é o meu corpo" e "isto é o meu sangue", o pão se transforma na carne de Cristo e o vinho no sangue de Cristo. Esquecem os católicos que Jesus Cristo, em pessoa, institui a ceia do Senhor e pronunciou as palavras: "isto é o meu corpo e o meu sangue." Se a transubstanciação fosse verdadeira, Cristo teria comido a sua própria carne e bebido do seu próprio sangue. Isso seria impossível, pois Cristo estava em pessoa celebrando a ceia e seria um absurdo comer o próprio corpo e beber do próprio sangue. Cristo foi bem claro "fazei isto em memória de mim". Se é "em memória" é forçoso admitir que Cristo não estava presente nos elementos: pão e vinho. (Lc 22.19 e 20). 

Paulo ao instruir sobre a ceia do Senhor chamou o pão de pão e vinho de vinho. Note bem: "Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha" (I Co 11.26). E ainda, em algumas passagens da Bíblia vemos a ceia do Senhor sendo chamada de "o partir do pão" e não o partir do corpo (At 2. 46). Os católicos costumam usar como base bíblica para a eucaristia, as seguintes palavras de Cristo: "Porque a minha carne verdadeiramente é comida e o meu sangue verdadeiramente é bebida" (Jo 6.55). É claro que Cristo falou estas palavras no sentido figurado, ou será, que Cristo pregou o canibalismo. Mas os católicos, ainda insistem, pois Cristo falou "verdadeiramente". Como Cristo também falou: "Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o lavrador." (Jo 15.1) Cristo é uma planta? Não. Fica evidente que Ele usou o sentido figurado como usou em Jo 6.55. O capítulo 6 de João é o registro da multiplicação de pães. A multidão começou a seguir a Jesus por causa do pão terreno. Mas Cristo queria lhes oferecer o pão espiritual: "Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome; e quem crê em mim nunca terá sede" (Jo 6.35). É claro que Jesus falou no sentido espiritual como também falou em Jo 6.55. 

Os católicos ainda crêem que ao participar da eucaristia os fiéis têm a purificação dos pecados presentes, preservação dos pecados futuros e ainda ajudam os mortos. No catecismo de 1994 está escrito: "O sacrifício eucarístico é também oferecido pelos fiéis defuntos que morreram em Cristo e não estão ainda plenamente purificados, para que possam entrar na luz e na paz de Cristo." As Escrituras são claras ao dizer que todos os pecados são removidos através do sangue de Cristo (veja I Jo 1.7 e Ap 1.5.) 

MATRIMÔNIO 

Sem dúvida alguma, Deus institui o casamento, sendo este a primeira instituição divina, quando uniu Adão e Eva (Gn 2.23 e 24). Uma coisa é considerar o casamento uma instituição divina. Outra coisa, totalmente diferente, é considerar o casamento como sacramento (meio de graça). Os católicos crêem que quando seus "sacerdotes" realizam seus casamentos, a graça de Deus vem através dos mesmos. 

Com este tipo de pensamento, os católicos só consideram os casamentos realizados pelos seus sacerdotes. O erro de considerar o casamento como um sacramento se deu por um erro de tradução da Vulgata (versão latina das Escrituras, traduzida por Jerônimo) que traduziu Efésios 5.32 como "Este é um grande sacramento" enquanto a tradução correta é "Este é um grande mistério". Sabemos que a Igreja Católica costuma cobrar uma taxa para realizar casamentos. 

UNÇÃO DOS ENFERMOS OU EXTREMA UNÇÃO 

Segundo o catolicismo, é um meio de conferir graças aos enfermos, anciãos e moribundos, ajudando assim no perdão dos pecados. Normalmente é ministrado pelo "sacerdote" a pessoa que está à beira da morte. O "sacerdote" unge os olhos, nariz, mãos e pés enquanto recita uma "oração especial" em latim. Este ritual visa diminuir a quantidade de pecados da pessoa devendo o restante ser "pago" pelos parentes através das missas. 

Em nenhum lugar das Escrituras vemos a recomendação para a realização desse ritual. O sangue de Cristo é suficiente para perdoar os pecados e não precisa de "óleo sagrado" para aperfeiçoar este. Na Bíblia, existe a recomendação de orar pelo enfermo com o uso do óleo (sendo o óleo apenas um símbolo do Espírito Santo) mas não para o perdão dos pecados, e sim, para cura do corpo. (Tg 5.14-16) 

SANTAS ORDENS 

Segundo o catolicismo é ato de conferir graça especial e poder espiritual aos padres, bispos, arcebispos, cardeais e papas. Fazendo destes sacerdotes, portanto, representantes de Cristo na terra. A idéia do sacerdócio é do Antigo testamento, onde os sacerdotes basicamente exerciam três funções: 

1ª) Ofereciam sacrifícios no santuário diante de Deus em benefício do povo. 

2ª) Ensinavam a lei de Deus. 

3ª) Buscavam a vontade de Deus. 

O sacerdócio era uma sombra ou tipo daquele que haveria de vir – Cristo. Com a vinda de Cristo não há necessidade nenhuma de sacerdotes. Em Hb 9.11 e 12 está escrito: "Mas, vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito de mãos, isto é, não desta criação, nem por sangue dos bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção". E em Hb 9.24 está escrito: "Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos de homens, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para comparecer por nós perante a face de Deus." 

O sacerdote era uma espécie de mediador dos homens diante de Deus. Hoje temos um único mediador: "Porque há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem." (I Tm 2.5). Hoje cada crente pode ir a Deus através de Cristo. "Pedi e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque, aquele que pede, recebe; e o que busca, encontra; e o que bate, se abre." (Mt 7. 7 e 8). Diante dessas irrevogáveis verdades bíblicas, pasmem com que está escrito no Concílio de Trento: 

"O sacerdote é o homem de Deus, o ministro de Deus... Aquele que despreza o sacerdote despreza Deus; aquele que o ouve, ouve a Deus. O sacerdote perdoa pecados como Deus, e aquilo que ele chama de seu corpo no altar é adorado como Deus por ele mesmo e pela congregação... Está claro que a sua função é tal que não se pode conceber nenhuma maior. Portanto, eles não são simplesmente chamados de anjos, mas também de Deus, mantendo como fazer o poder e autoridade do Deus imortal em nós." 

Pura blasfêmia! Ainda leia o que está escrito num livro romano citado por Lorraine Boettner: 

"Sem o sacerdote, a morte e a paixão de nosso Senhor não teria nenhum valor para nós. Veja o poder do sacerdote! Através de uma palavra dos seus lábios ele transforma um pedaço de pão em Deus! Um fato maior que a criação do mundo. Se eu me encontrasse com um sacerdote e um anjo, eu saudaria o sacerdote antes de saudar o anjo. O sacerdote ocupa o lugar de Deus." Pura blasfêmia! 

PURGATÓRIO 

A doutrina do purgatório teve o seu início no Concílio de Florença (1439). Lá foi estabelecido a diferença entre o pecado cometido e a tendência inata para o pecado. Chegando-se a conclusão que o perdão (conseguido através da confissão ao sacerdote e a participação dos sacramentos) acaba com o pecado, mas não acaba com a má tendência. Há portanto, a necessidade do purgatório, um lugar intermediário entre o céu e a terra, onde os fiéis que ainda tenham alguma dívida e a má tendência para o pecado, irão sofrer no fogo do purgatório, até a purificação completa. 

O autor John M. Haffert (livro: Saturday in Purgatory) escreveu: "Não há menor dúvida que os sofrimentos do purgatório em alguns casos duram através de séculos inteiros." Sobre o sofrimento do purgatório, o manual da sociedade do purgatório registra: "Segundo os santos padres da igreja, o fogo do purgatório não difere do fogo do inferno, exceto quanto à sua duração. É o mesmo fogo, diz S. Tomás de Aquino, que atormenta os réprobos no inferno e o justo no purgatório. A dor mais amena no purgatório, ele diz, ultrapassa os maiores sofrimentos desta vida. Nada além da duração eterna torna o fogo do inferno mais terrível do que o purgatório." Segundo os católicos as orações e esmolas dos vivos e o "sacrifício da missa" ajudam a diminuir o tormento do purgatório. Como será que os católicos encaram a morte? Se eles pensam que depois da morte vão encarar o purgatório. 

Os teólogos tentam basear a doutrina do purgatório nos livros de Macabeus e em algumas passagens das Escrituras. Sabemos que Macabeus é um livro apócrifo e espúrio. Quanto às passagens das Escrituras, os católicos usam o fato de existir um pecado imperdoável (blasfêmia contra o Espírito Santo) e a passagem de I Co 3.15. Quando Cristo chama a blasfêmia contra o Espírito Santo de pecado imperdoável, não faz referência nenhuma ao purgatório, que segundo os católicos seria, o lugar onde este pecado seria perdoado. Pelo contrário, Jesus disse: "Não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro" (Mt 12.32) e "nunca obterá perdão, mas será réu do eterno juízo." (Mc 3.29). Quanto a passagem de Coríntios, Paulo trata da questão dos galardões e não da salvação. Tanto que mesmo que as obras se queimem "o tal será salvo, todavia como pelo fogo." 

Quero destacar três argumentos bíblicos que liquidam a doutrina do purgatório: 

1º) A suficiência do sacrifício de Cristo 

Não há como crer na suficiência do sacrifício de Cristo e na doutrina do purgatório ao mesmo tempo. Só pode se crer em um e descartar o outro. Cristo falou: "Porque o filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido" (Lc 19.10). Ele veio salvar, não se tem nenhuma necessidade do purgatório para aperfeiçoar a salvação que Cristo trouxe. Paulo escreveu: "Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal." (I Tm 1.15). Cristo na cruz disse: "Está tudo consumado", mostrando assim que cumpriu a sua missão. 

2º) Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo (Rm 8.1 e Jo 3.18). 

3º) É na presente vida que a salvação ou a condenação é definida (Hb 9.27). 

Observamos que o catolicismo não fica satisfeito com nada. Não crê que o sacrifício de Cristo foi o suficiente para a nossa salvação, nem fica satisfeito com a sua própria mirabolante doutrina dos sacramentos. Para eles há necessidade do purgatório, enquanto a Bíblia é bem mais simples afirmando que Cristo satisfez a justiça divina (Rm 3.21-26), não havendo necessidade de mais nada. 

O PAPADO 

Os primeiros aspectos que quero analisar sobre o papado são os títulos que estes carregam e as reivindicações que fazem para si. A palavra "papa" vem do latim papa que significa "pai". Cristo foi bem claro que ninguém poderia ser chamado de pai espiritual a não ser Deus: "E a ninguém na terra chameis vosso pai, porque um só é o vosso pai, o qual está nos céus. Nem vos chameis mestres, porque um só é o vosso mestre, que é o Cristo." (Mt 23.9 e 10). 

O papa também é chamado de "doutor supremo de todos os fiéis", o que vai contra o que Cristo ordenou, citado logo acima. São muitos títulos equivocados e arrogantes que o papa carrega em seus ombros. Estarei comentando mais alguns, tais como: "vigário de Cristo", "sumo-pontífice" e "santo padre". 

A palavra "vigário" quer dizer "substituto". O papa é chamado de "vigário de Cristo", ou seja, "substituto de Cristo". Cristo afirmou claramente que o seu substituto na terra seria a pessoa do Espírito Santo (Jo 14.16-18, Jo 15.26 e Jo 16.7 e 13). O título "pontífice", que quer dizer literalmente "construtor de pontes", não veio da Bíblia mas do romanismo, onde o imperador declarava-se o elo de ligação a Deus. O papa é chamado de sumo-pontífice, ou seja, o máximo elo de ligação a Deus. É uma blasfêmia e arrogância um homem se colocar nesta posição. Só Cristo é a ponte para Deus (Jo 14.6 e I Tm 2.5) e o cabeça da Igreja (Ef 1.22 e 23 e Cl 1.18). O título "santo padre" quer dizer "santo pai", ou obviamente "pai santo". Sem dúvida alguma este título só deve ser dado a Deus (Ap 15.4). Pois Deus não divide a Sua glória com ninguém (Is 42.8). Para resumir as pretensões papais, quero citar o catecismo de New York citado por Lorraine Boettner: 

"O papa assume o lugar de Jesus Cristo sobre a terra... Por direito divino o papa tem poder supremo e total na fé e na moral sobre cada e todo pastor e seu rebanho. Ele é o verdadeiro vigário de Cristo, o cabeça de toda a igreja, o pai e o mestre de todos os cristãos. Ele é o governador infalível, o instituidor dos dogmas, o autor e o juiz dos concílios; o soberano universal da verdade, o árbitro do mundo, o supremo juiz do céu e da terra, o juiz de todos, sendo julgado apenas por um, o próprio Deus na terra." 

No apogeu do papado, foi "consagrado" ao papado o monge Hildebrando que exerceu o papado no período de 1073 a 1075 como título de Gregório VII. Assim que assumiu, Gregório VII publicou as suas máximas que ficaram sendo conhecidas como "máximas de Hildebrando". Segundo o autor Abraão de Almeida (in: Lições da História) essas máximas são consideradas a essência do papado. Este mesmo autor citas as máximas das quais transcrevi algumas:

1. Nenhuma pessoa pode viver debaixo do mesmo teto com outra excomungada pelo papa. 
2. É o papa a única pessoa cujo os pés devem ser beijados por príncipes e soberanos. 
3. A sua decisão não pode ser contestada por ninguém e que somente ele pode revisar. 
4. A Igreja Romana nunca errou nem jamais errará, como as Escrituras testifica (Leia Obadias nos versículos 3 e 4). 

PEDRO COMO PRIMEIRO PAPA 

Vimos os títulos equivocados e arrogantes que o papa carrega sobre si. Agora veremos que a própria existência do papado é uma deturpação das Escrituras. É impossível abordar este assunto sem falar a respeito do trecho bíblico em que os católicos se baseiam para firmar a doutrina do papado: "Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja" (Mt. 16.13-20). Os católicos pegam esta afirmação de Cristo para afirmar que Pedro é a pedra ou rocha em que Cristo fundamentou a sua igreja, sendo assim o primeiro papa da igreja. Quando Cristo falou "...esta pedra..." não estava se referindo a Pedro, mas sim à anterior declaração de Pedro a respeito de Jesus – "Tu és o Cristo, O Filho do Deus vivo". Cristo é a pedra fundamental da igreja. Paulo afirmou: "Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já esta posto, o qual é Jesus Cristo." (I Co 3.11). No grego, a palavra Pedro é petros, do gênero masculino, enquanto pedra ou rocha é petra, do gênero feminino. O que Cristo disse: "Tu és Petros (masculino), e sobre esta petra (feminino) eu edificarei a minha igreja." 

Mostra-se assim que Cristo não estava falando de Pedro como a pedra ou rocha, mas sim a respeito da declaração de Pedro – "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo." Se Pedro fosse a rocha, Cristo teria dito: "sobre ti edificarei a minha igreja", mas não disse. É interessante observar que na narrativa de Marcos a frase de Cristo: "Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja", é omitida (Mc 8.27-30). Marcos por muito tempo foi companheiro de Pedro e no seu evangelho há uma profunda influência do mesmo. Pedro chamava Marcos de filho (I Pe 5.13). Pedro em nenhum momento disse de si mesmo como a rocha ou pedra da igreja. Pelo contrário, sempre mostrou a Cristo como a pedra: "Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posto como cabeça de esquina" (At 4.11). Veja também I Pe 2.4-8. 

Há também a afirmação católica que Pedro teria recebido as chaves do céu. É outra deturpação das Escrituras, baseada em Mateus 16.19: "Eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus." Não podemos entender a declaração de Cristo como se esta fosse somente dirigida a Pedro, mas esta é dirigida a toda igreja. Veja Mateus 18.15 a 18. Fica então patente aos nossos olhos que o ligar e desligar não refere-se apenas a um homem, mas à toda igreja, que têm a Cristo como cabeça , "...o que tem a chave de Davi; o que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre" (Ap 3.7). O que seria abrir e fechar ou ligar e desligar que Cristo fala que a igreja realizaria com respeito as pessoas? O que se segue: quando a igreja prega o evangelho, abre o reino; quando deixa de pregar, o fecha. Isto fica bem claro quando observamos o "ai" de Cristo a respeito dos fariseus. "Mais ai de vós escribas e fariseus, hipócritas! Pois que fechais aos homens o reino dos céus; e nem vós entrais nem deixais entrar aos que estão entrando." (Mt 23.13). Porque os fariseus fechavam o reino? Por não divulgarem corretamente as Escrituras, o Antigo Testamento, naquela época. Veja: "ai de vós, doutores da lei, que tiraste a chave da ciência; vós mesmos não entrastes, e impedistes os que entravam." (Lc 11.52). Assim observamos que quando a igreja prega o evangelho genuíno esta abre o reino dos céus, quando não, fecha o reino. 

Ao analisarmos o trecho bíblico de Mt 16.13-20, devemos partir para a análise da afirmação católica que Pedro foi o primeiro papa. Se ele realmente foi o primeiro papa, o foi de maneira totalmente diferente dos padrões papais. Há um abismo enorme entre Pedro e os seus pretensos sucessores. A verdade é que Pedro não foi o primeiro papa e a ordenação de um dirigente humano universal para a igreja está totalmente contrária às Escrituras. 

Jorge Buarque Lyra (in: Catolicismo Romano) argumentou muito bem: "Poderia, acaso, de alguma forma, um homem ser fundamento de uma obra divina? Se pudesse (admitindo-se o absurdo), tal obra deixaria de ser divina." 

Vejamos as seguintes características de Pedro: 

1ª) Pedro não era celibatário. Tanto que teve sogra curada por Cristo (Mc 1.29-31). O papa é celibatário, sendo o celibato uma imposição a todo o clero. Em I Timóteo está escrito: "Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e doutrinas de demônios; ...proibindo o casamento." 

2ª) Pedro era pobre. "E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro..." (At 3.6). O papa está cercado de riquezas. 

3ª) Pedro nunca esteve em Roma. Não é interessante observar que o chefe da igreja de Roma nunca esteve em Roma? Os católicos lançam mão de fontes extra-bíblicas para afirmar que Pedro esteve em Roma. 

4ª) Pedro nunca consentiu que ninguém se ajoelhasse a seus pés."E aconteceu que, entrando Pedro, saiu Cornélio a recebê-lo, e, prostrando-se a seus pés, o adorou. Mas Pedro o levantou, dizendo: Levanta-te, que eu também sou homem." (At 10.25 e 26). O papa constantemente recebe este tipo de reverência e adoração. 

5ª) Pedro não era infalível. "E, chegando Pedro a Antioquia, lhe resisti na cara, porque era repreensível. Porque antes que alguns tivessem chegado da parte de Tiago, comia com os gentios; mas, depois que chegaram, se foi retirando, e se apartando deles, temendo os que eram da circuncisão." (Gl 2.11 e 12). O papa é considerado infalível. A infalibilidade papal foi definida e aceita oficialmente em 1870 no Concílio do Vaticano I. A Igreja Católica demorou 1870 anos para considerar o papa infalível. É importante observar que não foi Deus que decidiu mas foram homens pecadores reunidos que chegaram a conclusão que o papa era infalível. Na Bíblia está escrito: "porque todos pecaram e destituídos da glória de Deus" (Rm 3.23) e ainda está escrito que quando dizemos que não temos pecado fazemos a Deus mentiroso. Veja: "Se dissermos que não pecamos fazemo-lo mentiroso, e a Sua palavra não está em nós." (I Jo 1.10). 

6ª) Pedro não tinha a primazia na igreja. Observe o que Pedro escreveu: "Aos presbíteros, que estão entre vós, que sou também presbítero como eles e testemunha das aflições de Cristo..." (I Pe 5.1). Em At 8.14 está escrito: "Os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, ouvindo que Samaria recebera a Palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João." Note bem: não foi Pedro que enviou alguns dos apóstolos, mas foram os apóstolos que lhe enviaram. Onde está a primazia de Pedro? Em At 11.1-18 vemos Pedro justificando-se perante a igreja. Quero destacar principalmente o versículo 2: "E subindo Pedro a Jerusalém, disputavam com ele os que eram da circuncisão." Enquanto que a igreja Católica afirma que as decisões do papa não podem ser questionadas. 

MARIOLATRIA 

Entre os inúmeros pontos de divergências que existem entre Católicos Romanos e Evangélicos, um se destaca: Maria. Os católicos praticam a adoração à Maria, dando um maior destaque à mesma do que a Cristo. Já os evangélicos a consideram como um exemplo de vida cristã e humildade. Paulo deixou a advertência: "Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém." (Rm 1.25) Maria é criatura. Cristo é Criador. "Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam povos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades: tudo foi criado para Ele e por Ele." (Cl 1.16) 

Veremos, neste estudo que as doutrinas católicas em relação à Maria carecem totalmente de base nas Escrituras. São doutrinas criadas por homens influenciados pelo paganismo. Adolfo Robleto escreveu bem: "Os egípcios tinham sua deusa Ísis; os fenícios, sua Astarte; os caldeus, sua Semíramis; os gregos, sua Ártemis; de maneira que o romanismo escolheu sua deusa feminina, e Maria foi a mais adequada para o caso." 

A Mariolatria católica está sustentada no seguinte tripé: 

1ª) Imaculada Conceição de Maria, 
2ª) Perpétua virgindade de Maria 
3ª) Assunção de Maria. 

IMACULADA CONCEIÇÃO DE MARIA 

Este dogma afirma que Maria nasceu sem pecado, ou seja, ela não herdou a mancha do pecado original, e ainda se manteve sem pecado por toda a sua vida. Atribuem assim à Maria um atributo divino – a impecabilidade. Maria não poderia pecar e nunca pecou, segundo o catolicismo. 

Este dogma só foi aceito oficialmente em 8 de dezembro de 1854, quando o papa Pio IX proferiu o seguinte:

"Declaramos e definimos que a bem-aventurada virgem Maria desde o primeiro momento de sua concepção, foi reservada imaculada de toda mancha do pecado original, por graça singular e privilégio do Deus Onipotente, em virtude dos méritos de Jesus Cristo, o Salvador da humanidade, e que esta doutrina foi revelada por Deus e, portanto, deve ser firmemente e constantemente crida por todos os fiéis." Com base neste dogma, a Igreja Católica celebra a festa da Imaculada Conceição. 

É interessante observar que nem Maria sabia dessa sua suposta imaculada conceição. No seu cântico diz: "e o meu Espírito se alegra em Deus, meu Salvador." (Lc 1.47). Só um pecador é que necessita de um Salvador. Ela falou "...Deus meu Salvador". Quando depois do nascimento de Cristo, Maria levou as duas ofertas que a lei mandava, a oferta queimada e a oferta pelo pecado. (Lc 2.22-24 e Lv 12.6-8). Mas se não tinha pecado, para que levar as ofertas? Nas Escrituras, em nenhum momento, se afirma que Maria não cometeu pecado. Pelo contrário: "Pois todos pecaram e destituídos da glória de Deus." (Rm 3.23); "Não há um justo, nem sequer um." (Rm 3.10). Só Cristo é identificado como o único sem pecado. "Aquele que não conheceu pecado, Ele o fez pecado por nós: para que nele fossemos feitos justiça de Deus." (II Co 5.21). 

Os católicos gostam de usar o texto de Gn 3.15: "E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar", para afirmar que Maria pisou a cabeça da serpente, ou seja, a cabeça do Diabo. Quando a promessa fala que é a semente da mulher (Jesus Cristo) que pisaria a cabeça da serpente. Veja Hb 2.14: "...para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o Diabo." E I Jo 3.8: "...para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo." Fica claro que a promessa de Gn 3.15 refere-se a Cristo, e não à Maria. Cristo é o que pisaria a cabeça da serpente. 

A PERPÉTUA VIRGINDA DE MARIA 

O segundo pé de apoio à doutrina católica sobre Maria é a sua perpétua virgindade. Os católicos afirmam que Maria, em toda sua vida, nunca conheceu sexualmente o seu esposo José. Fica evidenciado, nas Escrituras, que até o nascimento de Jesus, Maria foi virgem. Mas afirmar que ficou sempre assim é afirmar o que a Bíblia não afirma. 

Em Mt 1.24 e 25 está escrito: "E José, despertando do sonho, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu a sua mulher: e não a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogênito; e pôs-lhe por nome Jesus." Há dois aspectos interessantes nestes versículos: 1º) O "...até..."; mostra que José conheceu sexualmente Maria depois do nascimento de Cristo; e 2º) Jesus é chamado de primogênito, ou seja, Jesus é chamado de o primeiro filho gerado por Maria, mostrando que Maria gerou outros filhos. Deus chama Jesus de unigênito (Jo 3:16), ou seja, o único filho gerado. Fica claro que Jesus é o único filho gerado por Deus e o primeiro filho entre os filhos de Maria. 

Em diversas passagens vemos que Jesus teve irmãos e irmãs. "Não é este o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão? E não estão aqui conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele." (Mc 6.3). Veja também Mt 13.54-56. Paulo chegou a afirmar que os irmãos do Senhor eram casados (I Co 9.5). Por sua vez, os católicos crêem que quando se fala em irmãos, na verdade, está se referindo aos primos de Cristo, e que estes são filhos de uma irmã de Maria. Os católicos identificam três dos irmãos de Jesus com três dos discípulos que tinham os mesmos nomes: Tiago, filho de Alfeu; Simão, o Zelote; e Judas, filho de Tiago (Lc 6.15 e 16). O que é um tremendo equívoco, porque as Escrituras sempre mostram diferenças entre os discípulos e os irmãos do Senhor (Jo 2.12, Mt 12.46 e 47 e At 1.14) e a mais clara diferença está em Jo 7.5: "Porque nem mesmo seus irmãos criam nele." Isto é um cumprimento da profecia messiânica em Sl 69.8: "Tenho-me tornado como um estranho para com meus irmãos, e um desconhecido para com os filhos de minha mãe." Como pessoas que eram os discípulos do Senhor não iriam crer no Senhor? Mostra-se assim que estes discípulos não eram irmãos do Senhor. 

Nas referências do N. T. sobre os irmãos de Cristo, a palavra grega que sempre é usada é adelfoV, adelphos (irmão), nunca se usou sungeneV, sungenes (parente) ou anhyioV, anepsiós (primos), palavra esta que Paulo usou em Cl 4.10 e que foi traduzida corretamente como primo. 

Os católicos estão indo contra a essência do casamento quando afirmam que Maria e José nunca se conheceram sexualmente. A relação sexual no casamento é algo lícito e aprovado por Deus. Além do mais os católicos consideram o casamento como um dos sacramentos, caindo assim em contradição. Veja Gn 2.24: "Portanto deixará o varão o seu pai e sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne." Paulo recomendou que a abstinência sexual entre o casal durasse pouco tempo, em I Co 7.5: "Não vos defraudeis um ao outro, senão por consentimento mútuo por algum tempo, para vos aplicardes à oração; e depois ajuntai-vos outra vez, para que Satanás vos não tente pela vossa incontinência." 

A ASSENÇÃO DE MARIA 

A teologia católica é uma verdadeira colcha de retalhos, um remendo leva a outro. Como consideram que Maria foi concebida sem pecado, e ainda que viveu sem pecar, chegaram a mirabolante conclusão que seu corpo na morte não experimentou a decomposição e nem permaneceu na sepultura. "Um abismo chama outro abismo." Enquanto a profecia a respeito de Cristo diz: "Nem permitiras que o teu santo veja corrupção" (Sl 16.11) com referências em At 2.27-32 e At 13.33-37, fala a respeito do santo não ver a corrupção e nunca a uma santa não ver a corrupção. 

Os católicos crêem que: 

"No terceiro dia depois da morte de Maria, quando os apóstolos se reuniram ao redor de sua sepultura, eles a encontraram vazia. O sagrado corpo fora levado para o paraíso celestial. O próprio Jesus veio para levá-la até lá, toda a corte dos céus veio para receber com hinos de triunfo a mãe do divino Senhor. Que coro de exultação! Ouçam como eles cantam: Levantai-vos as vossas portas, ó príncipes, ó portas eternas para que a Rainha da Glória possa entrar." (descrição da tradição católica citada por Lorraine Boettner). 

É de deixar pasmo o fato da Igreja Católica criar um dogma sem nenhuma base nas Escrituras. Nenhum dos apóstolos citam essa criação fraudulenta. Depois de At 1.14 há um profundo silêncio nas Escrituras a respeito de Maria, não se fala na morte e muito menos na assunção de Maria. Como pode criar-se um dogma sem base nas Escrituras? Um dogma que só foi elaborado em 1º de novembro de 1950 pelo mariólatra Papa Pio XII. As Escrituras deixam claro que a glorificação dos santos só acontecerá depois da volta de Cristo e não fala que Maria seria uma exceção. Veja I Co 15.20-23: 

"Mas agora Cristo ressuscitou dos mortos, e foi feito as primícias dos que dormem. Porque, assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem. Porque assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo. Mas cada um por sua ordem: Cristo as primícias, depois os que são de Cristo na sua vinda." 

Os católicos ainda crêem que ao chegar aos céus Maria foi coroada "Rainha dos céus". Este título nunca foi dado à Maria nas Escrituras. Pelo contrário, a Bíblia condena este título, que tinha sido dado a uma falsa deusa. "Os filhos apanham a lenha, e os pais ascendem o fogo, e as mulheres amassam a farinha, para fazerem bolos à rainha dos céus, e oferecem libações a outros deuses, para me provocarem à ira." (Jr 7.18) Veja também Jr 44.17-23. Observamos que esse título mariano foi tirado de uma prática pagã totalmente condenada pela Bíblia. 

FONTE: www.jesussite.com.br


VIA: PASTOR JOÃO NOGUEIRA DE LIMA

Dízimo - obrigatório ou não? Epistola aos Hebreus 7 vers.12.



Há muito tempo venho estudando a fundo sobre este tema. Realmente é um dos assuntos mais polêmicos (se não o mais polêmico) que existe em discussão no meio Cristão no geral; "o dízimo".

É impressionante como muitas pessoas (principalmente líderes) ignoram uma discussão com uma análise mais profunda Biblicamente sobre o dízimo. É como se fosse um vulcão adormecido que causa temor e terror em todos que residem ao redor e, se mexer no vulcão, o mesmo entrará em erupção novamente. Faço esta analogia porque o assunto “dízimo” já foi discutido exaustivamente por muitas vezes no meio Cristão, desde os primeiros séculos depois de Cristo. E todos nós sabemos que tocar neste assunto irá mexer exatamente no provimento financeiro em que muitas igrejas são sustentadas nos dias de hoje. Alguns líderes chegam até mesmo a comentar; Se abolirmos o dízimo e ficar somente nas ofertas, como a Igreja irá se sustentar? Entre outros receios.

Infelizmente hoje nos nossos dias a discussão sobre a autenticidade deste assunto é realmente quase que “abolida” do meio eclesiástico Brasileiro. Pois a verdade é que, por achar que o dízimo da maneira que é colocado seja uma “doutrina inquestionável” e que a igreja não sobrevive só de ofertas, muitos tem medo de "acordar este vulcão", outros não tem sequer coragem para fazer uma análise Bíblica mais profunda,hermeneuticamente e exegeticamente honesta e correta.

É quase que unânime a resposta de quem tem esta doutrina fundamentada em sua vida: “Temos que devolver o Dízimo, pois pertence ao Senhor. Se não devolver 10% do que ganhamos, estaremos roubando à Deus e o demônio devorador atacará nossas finanças”.

O pior é quando alguns chegam ao "extremo" sobre o assunto quando afirmam que a salvação está ligada diretamente na entrega do dízimo. Ou seja, se alguém não for dizimista fiel, estará colocando a sua salvação em perigo.

Mas, será que realmente temos que “devolver” o dízimo para não roubarmos à Deus? Será que realmente existe o demônio devorador que ataca nossas finanças caso não devolvermos o dízimo? Será que Malaquias pode ser contextualizado em partes e aplicado a nós para fundamentar o dízimo? Será que realmente o Novo Testamento fundamenta a obrigatoriedade do dízimo para os dias de hoje? Será que a nossa salvação depende da entrega do dízimo?

A minha intenção neste artigo é convidar você leitor a agir igualmente os bereianos de Atos 17:11, com toda avidez, zelo e imparcialidade que os mesmos tiveram ao examinar as escrituras para ver se realmente o que Paulo falava era verdade.

Convido você a fazer uma análise Bíblica mais profunda sobre este tema. Para isto eu coloco algumas das melhores análises exegéticas feitas por autores especialistas no assunto. Espero que este artigo possa levar você leitor a um estudo Bíblico mais profundo sobre o dízimo e que, ao final deste artigo, você possa estar com o conhecimento necessário para esclarecer e fundamentar seus conhecimentos sobre este tema.

Bom estudo!

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O Dízimo


Autor: Túlio Cesar Costa Leite[1]



A menos que vocês provem para mim pela Escritura e pela razão que eu estou enganado, eu não posso e não me retratarei. Minha consciência é cativa à Palavra de Deus. Ir contra a minha consciência não é nem correto nem seguro. Aqui permaneço eu. Não há nada mais que eu possa fazer. Que Deus me ajude. Amém.

Martinho Lutero




Introdução


O movimento Reformado representou um retorno às Escrituras Sagradas. Como conseqüência, o acúmulo de tradições acrescentadas à fé apostólica foi varrido da igreja. Somos filhos da Reforma e temos a obrigação de julgar nossas próprias práticas à luz da Bíblia, comparando Escritura com Escritura. A máxima “igreja reformada sempre se reformando” deve ser sempre lembrada e praticada. Deveríamos hesitar em abolir ensinos que não se respaldam na Revelação? Não há erro quando alguém obriga a si próprio a não comer carne, ou guardar determinados dias, ou se abster de algo, ou colocar sobre si qualquer outra obrigação sobre a qual não há mandamento bíblico (Rm 14.2-6). Porém, o erro passa a existir quando pretendemos impor a outra pessoa exigências que a Bíblia não impôs. Pretendo demonstrar a seguir que o dízimo, conforme tradicionalmente ensinado e praticado nas igrejas evangélicas, enquadra-se nesta definição.





Um histórico da prática do dízimo

A igreja pós-apostólica viveu a tensão entre a prática do dízimo e a afirmação paulina de que Cristo nos libertou da lei (Gl 5.1). Nos séculos 5 e 6, encontramos a prática do dízimo bem estabelecida nas áreas antigas da cristandade do ocidente. No século 8 os soberanos carolíngeos tornaram o dízimo eclesiástico parte da lei secular. Já no século 12, os monges que antes tinham sido proibidos de receber dízimos, sendo obrigados a pagá-los, obtiveram certa medida de liberdade ao obterem permissão para receber dízimos e, ao mesmo tempo, tendo isenção do pagamento deles. Controvérsias sobre dízimos sempre surgiram quando pessoas procuravam evitar o pagamento, ao passo que outras tentavam apropriar para si as rendas dos dízimos. Os dízimos medievais eram divididos em prediais, cobrados sobre os frutos da terra; pessoais, cobrados dos salários da mão-de-obra; e mistos, cobrados da produção dos animais. Esses dízimos eram subdivididos, ainda, em grandes, derivados de trigo, feno e lenha, pagáveis ao reitor ou sacerdote responsável pela paróquia; e pequenos, dentre todos os demais dízimos prediais, mais os dízimos mistos e pessoais, pagáveis ao vigário. Na Inglaterra,

especialmente por volta dos séculos 16 e 17, a questão dos dízimos foi uma fonte de conflito intenso, visto que a Igreja Estatal dependia dos dízimos para sua sobrevivência.


Implicações sociais, políticas e econômicas eram consideráveis nas tentativas do arcebispo Laud de aumentar o pagamento dos dízimos, antes de 1640. Os puritanos ingleses e outros queriam a abolição dos dízimos, substituindo-os por contribuições voluntárias para sustentar os clérigos. Mas a questão dos dízimos despertou paixões ferozes e amarguras, notáveis dentre todas as questões associadas com a guerra civil inglesa. Depois da guerra, o dízimo obrigatório sobreviveu na Inglaterra até o século 20.[2]




O texto clássico


Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a nação toda. Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o SENHOR dos exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida. Ml 3.8-10



Este é o texto clássico usado para ensinar aos membros da igreja a prática do dízimo, isto é, a entrega à igreja de 10% do salário bruto mensal. É concordância generalizada entre os evangélicos que o dízimo não é dado, mas sim “devolvido” a Deus. Não poucos testemunhos confirmam que dar o dízimo acarreta bênção e o contrário traz maldição:


“Temos um colega que recebeu uma carta de uma senhora que foi membro de sua Igreja e ele chorou amargamente ao ler aquela carta, porque aquela senhora dizia o seguinte: Pastor, eu lhe agradeço por tudo quanto o senhor me fez durante o tempo em que fui membro da sua Igreja. Mas eu fui obrigada a me mudar dessa localidade e fui freqüentar outra Igreja. O senhor nunca me falou a respeito do dízimo. O outro pastor me ensinou a ser dizimista, e Deus me abriu as janelas dos céus e me tem dado tantas e tão grandes bênçãos que eu lamento ter perdido doze anos na sua Igreja recebendo maldição, quando Deus tinha uma bênção sem medida para mim, se eu fosse fiel. Um pastor que recebe uma carta assim só pode chorar.[3]



Testemunhos dessa natureza prendem a atenção dos ouvintes e são usados para confirmar a veracidade do ensino a respeito do dízimo. É difícil discordar de algo que produz resultados como este:


“Certo dia, quando recolhíamos os dízimos eu li este versículo. Estava presente um engenheiro que, tendo sido muito rico, perdera tudo em poucas semanas, e quando eu li este versículo ele compreendeu que isto tinha acontecido na sua vida, e, naquela hora, prometeu a Deus que ia ser fiel na entrega dos dízimos. O que Deus fez e está fazendo na vida daquele homem é simplesmente espantoso. Um ano depois este engenheiro era presbítero da minha Igreja e podia dizer: Hoje eu sou muito mais rico do que era quando Deus assoprou minha riqueza porque Ele já me devolveu em dobro o que assoprou. Este homem tem sido uma bênção na Igreja e no seu trabalho.[4]



Doutrina, por mais atrativa que seja, não pode ter sua autoridade respaldada pela experiência. O texto sagrado deve ser o únicopilar sobre o qual se assenta o ensino.


Qualquer outro alicerce deve ser considerado supérfluo e indesejável. Sabemos também que a doutrina não pode ser baseada num único texto. É necessário que haja uma concordância com outras partes do Livro Santo. Examinemos se o dízimo, tal como é ensinado acima, confirma-se à luz das Escrituras. (Após a leitura deste artigo, leia atentamente a exegese do livro de Malaquias no “Anexo 1”).






O Novo Testamento ensina a prática do dízimo?


Uma primeira constatação é que não há, no Novo Testamento, nenhum parâmetro mínimo estipulado para a contribuição. O apóstolo Paulo organizou uma grande coleta para os necessitados da Judéia. As duas epístolas aos Coríntios trazem referência a esta coleta:


“Quanto à coleta para os santos, fazei vós também como ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá juntando, para que se não façam coletas quando eu for.” 1 Co 16.1-2


Nos capítulos 8 e 9 de 2 Coríntios, Paulo desenvolve seu ensino acerca das contribuições. Estes textos se referem à alegria da contribuição, à generosidade, à liberalidade, à presteza em ofertar:



“E isto afirmo, aquele que semeia pouco pouco também ceifará; e o que semeia com fartura com abundância também ceifará.(9.6) ... porque, no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundância de alegria, e a profunda pobreza deles superabundou em grande riqueza da sua generosidade.(8.2) Pedindo-nos, com muitos rogos, a graça de participaremda assistência aos santos. (8.4) ... assim, como revelastesprontidão no querer, assim a leveis a termo, segundo as vossas posses. (8.11) porque bem reconheço a vossapresteza, da qual me glorio...” ( 9.2)


Não vemos nenhuma referência a uma contribuição mínima que é obrigatória – o dízimo – e a partir daí, ofertas voluntárias. Ao contrário, o ensino de Paulo, é que se a contribuição não for voluntária, não deve ser dada:



“Não vos falo na forma de mandamento, mas para provar, pela diligência de outros, a sinceridade do vosso amor; (8.8)Porque, se há boa vontade, será aceita conforme o que o homem tem e não segundo o que ele não tem. (8.12) Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria. (9.7) Ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres (...) se não tiver

amor, nada disso me aproveitará.” (1 Co 13.3).




Ofertas voluntárias 
são o método de contribuição do Novo Testamento:


“E sabeis também vós, ó filipenses, que, no início do evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja se associou comigo no tocante a dar e receber, senão unicamente vós outros; porque até para Tessalônica mandastes não somente uma vez, mas duas, o bastante para as minhas necessidades. Não que eu procure o donativo, mas o que realmente me interessa é o fruto que aumente o vosso crédito. Recebi tudo e tenho abundância; estou suprido, desde que Epafrodito me passou às mãos o que me veio de vossa parte como aroma suave, como sacrifício aceitável e aprazível a Deus.” (Fp 4.15-18)


Paulo usa a figura dos sacrifícios vetero-testamentários com relação às ofertas: as ofertas dos filipenses foram, diante de Deus, “como aroma suave, como sacrifício aceitável e aprazível a Deus”. Mas aquele que está sendo instruído na palavra faça participante de todas as cousas boas aquele que o instrui (Gl 6.6). Paulo, aqui, faz referência à obrigação de dar sustento àqueles que se afadigam no ensino da Palavra. Ensino repetido em 2 Tessalonicenses 5.12:



“Agora, vos rogamos, irmãos, que acateis com apreço os que trabalham entre vós e os que vos presidem no Senhor e vos admoestam; e que os tenhais com amor em máxima consideração, por causa do trabalho que realizam.”


E mais detalhado em 1 Coríntios 9:


“Não temos nós o direito de comer e beber? (v 4) Ou somente eu e Barnabé não temos direito de deixar de trabalhar? (v 6 – Paulo refere-se ao trabalho secular). Se nós vos semeamos as cousas espirituais, será muito recolhermos de vós bens materiais? (v 11) Não sabeis vós que os que prestam serviços sagrados do próprio templo se alimentam? E que serve ao altar do altar tira o seu sustento? (v 13).


A referência aqui é a Dt 18.1, que permite aos levitas comer partes dos sacrifícios oferecidos no Templo. De fato, existe o direito bíblico (do qual Paulo abriu mão, pelo menos com relação aos coríntios – 1 Co 9.15 – e aos tessalonicenses – 1 Ts 2.7,9; 2 Ts 3.8-9) de os pregadores pastores - mestres serem sustentados pelas suas congregações:



“Assim ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho que vivam do evangelho. (v 14)...” Porém não há referência a dízimos.




Algumas outras citações, entre muitas:


“... compartilhai as necessidades dos santos. (Rm 12.13)...façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé. (Gl 6.10) Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado. (Ef 4.28) Exorta aos ricos do presente século ... que ... sejam ... generosos em dar e prontos a repartir” (1 Tm 6.17,18).


Note-se o ensino consistente e positivo do Novo Testamento a respeito da generosidade, da liberalidade, da prontidão em repartir. A contrapartida negativa temos nas muitas advertências a respeito da avareza:



“O que foi semeado entre os espinhos é o que ouve a palavra, porém os cuidados do mundo e a fascinação das riquezassufocam a palavra, e fica infrutífera” (Mt 13.22). Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui.(Lc 12.15) Sabei, pois, isto: nenhum ... avarento, que é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus. (Ef 5.5)Porque nada temos trazido para o mundo, nem cousa alguma podemos levar dele. Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores. 1 Tm 6.7-10 Seja a vossa vidasem avareza.” (Hb 13.5)


Esta é a doutrina. Isso é o que devemos ensinar. O que passar disso pode ser considerado ensino bíblico?




Jesus ensinou a prática do dízimo?


Argumenta-se que Jesus ensinou que devemos dar o dízimo em Mateus 23.23:



“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas cousas, sem omitir aquelas!”


Note-se: obedecer os preceitos mais importantes da lei, sem omitir o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, é o que Jesus afirma.


De fato, esta afirmação de Jesus nos remete à discussão sobre a Lei e a Graça, o Velho e o Novo Testamento, a Antiga e a Nova Aliança.


Não ignoramos a profecia de Jeremias:


Eis aí vêm dias, diz o SENHOR, em que firmarei nova aliançacom a casa de Israel e com a casa de Judá... (31.31). Esta profecia foi lembrada pelo autor de Hebreus que ensina a respeito de Jesus como Mediador de superior aliança instituída com base em superiores promessas (8.6), e completa: Quando ele diz Nova, torna antiquada a primeira. Ora, aquilo que se torna antiquado e envelhecido está prestes a desaparecer (8.13).Paulo afirma o mesmo com outras palavras: De maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé. Mas, tendo vindo a fé, já não permanecemos subordinados ao aio” (Gl 3.24-25).


Sabemos que há dois testamentos, duas alianças – uma antiga, que já passou, e uma nova, que vigora. Mas, quando começou a vigorar a nova aliança, o novo testamento? Hebreus responde:


Porque, onde há testamento, é necessário que intervenha a morte do testador; pois um testamento só é confirmado no caso de mortos; visto que de maneira nenhuma tem força de lei enquanto vive o testador. (Hb 9.16-17) Oh! que significado tem as palavras de Jesus na última ceia: porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados.” (Mt 26.28).


Vemos, assim, que os evangelhos retratam acontecimentos da antiga aliança. Poderíamos dizer que o Antigo Testamento se estende até Mateus 27.50 quando “Jesus, clamando outra vez com grande voz, entregou o espírito.”



Dessa forma, podemos entender muitas passagens do NT:


Em Lc 1.15 o anjo Gabriel consagra João Batista ao nazireado, conforme Nm 6.3.

Em Lucas 2.21 Jesus é circuncidado obedecendo o disposto em Levítico 12.3;

Em Lucas 2.22 Maria se purifica conforme estabelecido em Levítico 12.4;

Em Lucas 2.23 os pais de Jesus oferecem o sacrifício prescrito em Levítico 12.6-8;

Em Mateus 8.4 Jesus manda um leproso fazer o sacrifício prescrito em Levítico 14;

Em Lucas 19.8 Zaqueu se submete duplamente à pena estabelecida em Êxodo 22.9;

Em Mateus 17.24 Jesus paga o imposto estipulado em Êxodo 30.11-16

Em Mateus 26.17 Jesus e os discípulos cumprem o requerido em Êxodo 12.1-27.



Entendemos, então, que enquanto Jesus vivia, a Lei Mosaica estava em vigor. Como entender Mt 8.4, onde Jesus ordena a apresentação de um sacrifício de animal ao que havia sido curado de lepra? É necessário que façamos isto hoje? Evidentemente que não. Da mesma forma, quando, em Mt 23.23, Jesus ordena aos fariseus que dêem o dízimo do cominho, da hortelã e do endro, devemos entender que eles estavam debaixo da mesma aliança mosaica que obrigou o leproso a cumprir o ritual de Levítico 14. Há, portanto, nos relatos dos evangelhos, um aspecto de transição entre o que é e o que há de vir. Por isso é preciso cuidado para não impor sobre o Novo Israel prescrições relativas ao Antigo Israel. Pois não estais debaixo da lei e sim da graça (Rm 6.14).




O dízimo está acima da Lei?


Existe uma passagem em Gênesis 14.20 – E de tudo lhe deu Abrão o dízimo – que é usada para defender a prática do dízimo como supra-legal, ou seja, acima da lei. Eis o argumento: Abrão deu o dízimo a Melquisedeque, rei de Salém, antes da Lei ser estabelecida. Logo o dízimo é antes da Lei. Portanto o dízimo perdura após o fim da Lei.


Tomemos outra passagem para testar a validade da argumentação acima – Gn 17.10:


“Esta é a minha aliança, que guardareis entre mim e vós e a tua descendência: todo macho entre vós será circuncidado.” Em Gn 17.23-27 vemos Abraão circuncidando-se a si, a Ismael, e a todos os homens de sua casa. Argumentemos: Abrão circuncidou-se antes da Lei ser estabelecida. Logo a circuncisão é antes da Lei. Portanto a circuncisão perdura após o fim da Lei.


Temos, assim, verificado que se este argumento é procedente para validar o dízimo, é da mesma forma procedente para justificar a prática da circuncisão.


Uma preciosa norma de interpretação afirma que um texto descritivo pode ilustrar uma doutrina, porém não pode ser base de doutrina. Porém é freqüente cair neste erro. Toda a doutrina pentecostal do batismo com o Espírito Santo esta assentada sobre o livro de Atos – descritivo por excelência. Usando textos descritivos grupos sectaristas ensinam, por exemplo, o lava-pés (Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros – Jo 13.14); que a Ceia deve ser celebrada com pão asmo (cf. Mt 26.17-19; Ex 12.1-27 – porém esquecem que Jesus usou também vinho e não o suco de uva que a maioria das igrejas usa atualmente); que o batismo só é válido quando feito em rio – “rios de águas correntes” é a expressão usada (Mt 3.6). Kenneth Hagin, o fundador da “teologia” da prosperidade erige um verdadeiro arranha-céu doutrinário sobre uma única afirmação de Jesus: “Por isso, vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco” (Mc 11.24).


Portanto, se é correto que não se pode basear doutrina sobre texto descritivo, tanto Mt 23.23 quanto Gn 14.20 ficam invalidados para se justificar a prática atual do dízimo.


(Para maiores detalhes, leia o “Anexo 2” logo no final deste artigo que aborda sobre Abraão e Jacó darem o dízimo.)




O Dízimo e a Lei Mosaica


Trazei todos os dízimos... (Ml 3.10).


Nenhum profeta do Antigo Testamento criou doutrina nova. A síntese do que diziam pode ser resumida na seguinte sentença:Voltem para a Lei. Em outras palavras: lembrem-se do que Moisés vos prescreveu. De modo que, se queremos saber mais a respeito do dízimo devemos nos voltar para suas prescrições no Pentateuco. E é aí que encontraremos algumas surpresas:


- Em Lv 27.30-33 aprendemos que os dízimos são Santos ao SENHOR.

- Em Nm 18.21ss aprendemos que os dízimos são “herança dos Levitas”.

- Porém em Dt 12.5ss e 14.22ss aprendemos a respeito dadinâmica da entrega dos dízimos: eles eram comidos e bebidos pelo próprio ofertante e sua família no Templo, diante do SENHOR, numa celebração alegre e festiva: A esse lugar [o Templo] fareis chegar os vossos ... dízimos... Lá comereis perante o SENHOR, vosso Deus, e vos alegrareis... (12.6,7) Se o caminho até o Templo fosse longo, o israelita poderia vender o seu dízimo e, chegando a Jerusalém, comprar tudo o que deseja a tua alma: vacas, ovelhas, vinho ou bebida forte, ou qualquer cousa que te pedir a tua alma; come-o ali perante o SENHOR, teu Deus, e te alegrarás, tu e a tua casa. (14.26).


Repetidamente há a recomendação de não desamparar o levita (12.12, 18, 19; 14.27). E, finalmente, no capítulo 14 uma ordem especial:


“Ao fim de cada três anos, tirarás todos os dízimos do fruto do terceiro ano e os recolherás na tua cidade. Então, virão o levita (pois não tem parte nem herança contigo), o estrangeiro, o órfão e a viúva que estão dentro da tua cidade, e comerão, e se fartarão, para que o SENHOR, teu Deus, te abençoe em todas as obras que as tuas mãos fizerem. (v 28-29)



Portanto vemos claramente que somente de 3 em 3 anos o dízimo era entregue integralmente aos levitas. Nos anos restantes ele era consumido alegremente “perante o SENHOR” pelo próprio ofertante, por sua família e por muitos convidados, num grande banquete. Em Ne 13.10-12, vemos a restauração da prática do dízimo no Judá pós exílio.


Ali está a referência aos “depósitos” onde eram armazenados os dízimos. A que prática olvidada pelo povo Malaquias estava se referindo? A tudo o que acabamos de descrever do livro de Deuteronômio. Portanto, se quisermos usar o profeta para restaurar a prática do dízimo, não podemos omitir os textos Mosaicos a que ele está se referindo, pois uma boa norma de hermenêutica diz que um texto não pode significar para nós o que não significou para os seus destinatários originais.


(Para maiores detalhes, leia o “Anexo 3” que aborda como era o dízimo no Antigo Testamento, logo no final deste artigo.)




O Dízimo e os Profetas


A esta altura uma pergunta se faz necessária: é correto que um texto do Antigo Testamento de modo geral ou um texto de alguns dos profetas seja usado como base para se ensinar a prática ou a abstenção de algum preceito? Alguns respondem que sim, desde que se trate da lei moral, a qual continuamos obrigados a cumprir e não da lei cerimonial essa sim, revogada. Mas, como fazer tal distinção?


Exemplifiquemos com o conhecido texto do profeta Isaías (capítulo 58) sobre o jejum aceitável a Deus:


“Seria este o jejum que escolhi, que o homem um dia aflija a sua alma, incline a sua cabeça como o junco e estenda debaixo de si pano de saco e cinza? ... Porventura, não é este o jejum que escolhi: que soltes as ligaduras da impiedade, desfaças as ataduras da servidão, deixes livres os oprimidos e despedaces todo jugo?


É moral ou cerimonial o que escreve o profeta? E o final do discurso quando Isaías afirma:


Se desviares o pé de profanar o sábado e de cuidar dos teus próprios interesses no meu santo dia; se chamares ao sábado deleitoso e santo dia do SENHOR, digno de honra, e o honrares não seguindo os teus caminhos, não pretendendo fazer a tua própria vontade, nemfalando palavras vãs, então, te deleitarás no SENHOR. Eu te farei cavalgar sobre os altos da terra e te sustentarei com a herança de Jacó, teu pai, porque a boca do SENHOR o disse.”


Guardar o sábado é moral ou cerimonial? Freqüentemente aquilo que parece cerimonial está inextrincavelmente ligado ao que, sem dúvida, é moral. Não comereis cousa alguma com sangue, não agourareis, nem adivinhareis. Não cortareis o cabelo em redondo, nem danificareis as extremidades da barba (Lv 19.26). Não contaminarás a tua filha, fazendo-a prostituir-se... guardareis os meus sábados... não vos voltareis para os necromantes, nem para os adivinhos. Lemos, também, que Deus quis matar Moisés porque este não havia circuncidado seus filhos (Ex 4.24-26) e que a pena de morte era prescrita para quem não guardasse o sábado (Ex 31.14-15). Para o judeu comer comida kosher(pura), guardar o sábado, circuncidar a si e seus filhos e usar barba era tão moral quanto não consultar necromantes ou adivinhos e não prostituir sua filha. Portanto, como justificar que usar Malaquias 3.10 para se requerer a prática do dízimo é legítimo e não é legítimo usar Isaías 58.13 para se exigir a guarda do sábado? Por que critério Malaquias 3.10 é atual e não Malaquias 4.4? “Lembrai-vos da lei de Moisés, meu servo, a qual lhe prescrevi em Horebe para todo o Israel, a saber, estatutos e juízos.” E, se Malaquias 3.10 continua vigorando, onde o Livro Santo nos autorizou a alterar a prática do dízimo conforme prescrita pela lei de Moisés?




Calvino e a mordomia
[5]


Calvino, nos Comentários aos Cinco Livros de Moisés, nos trechos referentes às primícias, aos dízimos e às oferendas escreve que estas prescrições têm um significado espiritual. Assim, comentando a exigência do imposto do templo (Ex 30.16) ele escreve:



Deus os taxou todos a uma e a mesma soma, a fim de que, desde o maior até o menor, cada qual, qualquer que fosse o seu estado ou qualidade, reconhecesse que Lhe pertencia inteira e totalmente. E não é de maravilhar, visto que era esse (como se diz) um direito pessoal e as faculdades não se creditam a que o rico, de fato, contribuísse mais do que o pobre, mas antes, que o tributo era pago igualmente pessoa por pessoa. 
Comentando o texto de Mt 17.24 ele acrescenta: Sabemos que a Lei lhes impunha pagar cada um anualmente meio estáter e que Deus, que os havia resgatado, era para eles o Rei Soberano. Ou seja, para Calvino, este imposto simboliza a redenção que Jesus efetua em favor de cada pessoa do seu povo. Da mesma forma, comentando sobre as primícias, “Calvino afirma que São Paulo mostra que se a oferta das primícias, como rito, foi abolida, guarda-nos, todavia, o significado espiritual.”[6] Sem a cerimônia, permanece ainda a verdadeira observância, quando nos exorta ele a glorificar o nome de Deus, até mesmo no beber e no comer (1 Co 10.31)[7]


Comentando o voto de Jacó em Gn 28.22 (E, de tudo quanto me concederes, certamente eu te darei o dízimo), Calvino escreve: Os atos externos não caracterizam os verdadeiros servidores de Deus, são apenas subsídios de piedade.[8]



Comentando 2 Co 8.8, o reformador escreve: Verdade é que, por toda parte, ordena Deus que acorramos a ajudar os irmãos em suas necessidades; mas, verdade é também que nenhuma passagem há em que nos defina a soma, quanto lhes devemos dar, a fim de que, feita estimativa de nossos bens, repartamo-los entre nós e os pobres; nem, de maneira semelhante, onde nos obriga a certas circunstâncias, nem de tempo, nem de pessoa, nem de lugar, mas à regrada caridade nos conduz.[9]


No entanto, Calvino não deixa de enfatizar aquilo que já vimos: o ensino a respeito da generosidade e a precaução contra a avareza:



A vontade liberal é agradável a Deus tanto do pobre quanto do rico... verdade é que é bem certo que devemos a Deus não apenas uma parte, mas, afinal, tudo o que somos e tudo o que temos. Entretanto, segundo Sua benevolência, até esse ponto nos poupa, que Se contenta desta comunicação que o Apóstolo aqui ordena. O que, pois, ensina ele aqui é um relaxamento, por assim dizer, daquilo a que somos obrigados no rigor do direito. Contudo nosso dever é estimular-nos a nós mesmos a darmos com freqüência. Não há temer que sejamos exageradamente descomedidos neste aspecto, pelo contrário, há é o perigo de sermos demasiado sovinas.[10] Ainda comentando 2 Co 8.8, Calvino acrescenta: Ora, esta doutrina é necessária contra um bando de visionários que pensam que nada havemos feito, se não nos despojamos inteiramente para termos tudo em comum. Na verdade, tanto fazem por sua fantasia, que ninguém pode dar ajuda em boa consciência. Eis porque é preciso observar-se diligentemente a moderação de São Paulo, a saber, que nossa ajuda seja agradável a Deus, quando de nossa abundância acorremos à necessidade dos irmãos, não de tal maneira que tenham a ponto de regurgitarem, enquanto nós ficamos na condição de necessitados, mas antes, que do nosso distribuamos segundo o permite nossa própria capacidade, e com alegria de coração e ânimo disposto.[11]




Conclusão


Todos os presbiterianos, por ocasião de sua profissão de fé, ouvem as seguintes palavras: Crê que as Escrituras Sagradas do Velho e do Novo Testamento são a Palavra de Deus e a única regra de fé e prática dada por Ele à sua Igreja, e que são falsas e perigosas todas as doutrinas e cerimônias contrárias a essa palavra, e todos os usos e costumes acrescentados à simples lei do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo? Ao que respondemos: Creio



O que devemos fazer? A confissão que fizemos nos lembra que tudo o que é extrabíblico é, na verdade, anti-bíblico, que qualquer imposição que se revele sem raízes nas Escrituras deve ser considerada falsa e perigosa, mesmo que tenha sido instituída com propósitos elevados.


O dízimo tradicionalmente praticado pelos evangélicos é bíblico? Se não for não pode ser legitimamente exigido de nenhum membro. Já se afirmou que se o dízimo for extinto a igreja perderá o seu sustento. Ora, este não é um argumento bíblico. Respondemos que a doutrina bíblica nunca prejudicará a vida da igreja e que a verdade jamais será perniciosa; pelo contrário, se tivermos a determinação de ensinar que os membros são livrespara dar ou não dar, que não há patamar mínimo exigido, que Deus ama a quem dá com alegria, que devemos ser generosos, guardar-nos da avareza, ser prontos em repartir, acumular tesouros no céu... Deus responderá derramando sobre a Suaigreja bênçãos sem medida.


Notas: 
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1 - Presbítero da Igreja Reformada Presbiteriana em Maricá
2 - Extraído da “Enciclopédia Histórico-Teológica da Bíblia”. Ed. Vida Nova. Verbete “dízimo”. Negrito acrescentado. A afirmação destacada merece consideração, pois os puritanos, nossos antepassados, representam o ápice do movimento reformado.
3 - Extraído do livreto “Fidelidade. Mordomia Cristã. Dízimo -- método divino de contribuição” do Rev. Jacob Silva. Ed. do Autor.São Paulo. 1983. p..22-23
4 - Idem, p. 21
5 - Calvino deixou em sua vastíssima obra, valiosos e densos comentários sobre a vida material: riquezas, propriedades, trabalho, descanso, banqueiros, empréstimos, impostos, diaconia, remuneração, etc. Para quem quiser se aprofundar neste assunto recomendo a obra O Pensamento Econômico e Social de Calvino, de André Biéler, publicado pela Casa Editora Presbiteriana.
6 -Biéler, op. cit. p. 473, negrito acrescentado.
7 - Sermão de Calvino sobre Dt 14.21-28, negrito acrescentado.
8 – Comentários aos Cinco Livros de Moisés
9 - Comentários ao Novo Testamento 2 Co 8.8, destaque acrescentado.
10 - Idem
11 - Idem


Autor: Túlio Cesar Costa Leite – Presbítero da Igreja Reformada Presbiteriana em Maricá


VIA:PASTOR JOAO NOGUEIRA DE LIMA